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CONEXÃO BRASIL HIP HOP

É NOIS ....

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Manifesto


Manifesto contra a censura e pela liberdade de expressão
Porto Alegre, 02 de agosto de 2011
Eu, Antonio Carlos Crocco, nome artístico Tonho Crocco, Brasileiro e morador da cidade de Porto Alegre/RS estou sendo processado por intermédio de uma ação no Ministério Público encaminhada em nome do ex-presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e atual Deputado Federal do PDT GIOVANI CHERINI por crimes contra a HONRA.
A audiência preliminar acontece no dia 22 de agosto de 2011, segunda-feira às 15h no Foro Central de Porto Alegre/RS.
Explicando a situação:
No dia 21 de dezembro de 2010, 36 deputados estaduais votaram a favor do aumento de 73% de seus próprios salários.
O substituto do Projeto de Lei 352/2010, elevou o salário dos parlamentares de R$ 11.564,76 para R$ 20.042,34.
Em menos de 24h consegui compor e gravar o vídeo protesto "Gangue da Matriz" que já recebeu mais de 37 mil visualizações no Youtube e está a disposição para download no www.tonhocrocco.com
A assembleia, representada na época pelo Deputado GIOVANI CHERINI encaminhou ao Ministério Público representação de ilicitude, pedindo providências, na qual fui intimado e indiciado por CRIMES CONTRA A HONRA.
O artigo 138, 139 e 140 do código penal prevê pena de 1 mês a 2 anos de detenção.
Não seria esta ação uma forma de censura à liberdade de expressão?
Não estaria o excelentíssimo Deputado ou a quem ele representou agindo de forma truculenta?
Estaríamos retrocedendo aos tempos da ditadura?
Será mesmo que estamos numa democracia?
Meu verdadeiro temor é que se abra um precedente coibindo as manifestação políticas; principalmente aquelas que usam de vias pacíficas e da ARTE como forma de expressão.
Gostaria de contar com o apoio e mobilização dos que concordam com esta filosofia. Não apenas a classe artística e sim de todas pessoas que compartilham esta visão.
Repasse e divulgue este manifesto.
Envie sua mensagem para contato@tonhocrocco.com ou www.twitter.com/tonhocrocco que divulgaremos no site e em todas as redes sociais.
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CHE.........................

sexta-feira, 4 de março de 2011

Bambas comunistas: militância vermelha em outros carnavais


Durante o período de legalidade do Partido Comunista do Brasil, entre 1945 e 1947, os comunistas tiveram intensa participação nas escolas de samba – para dançar e também para se aproximar do povo.

Por Valéria Guimarães*

Cassado desde 1928, o Partido Comunista do Brasil (PCB) voltou à legalidade em 1945. A alegria durou pouco – dois anos depois, cairia novamente na clandestinidade –, mas foi o bastante para o PCB montar uma grande estrutura e viver seu período áureo. Tornou-se um grande reduto de intelectuais, explorou ao máximo o carisma de Luiz Carlos Prestes, teve jornais e editoras. Para se aproximar ainda mais das "camadas populares", adotou uma parceria estratégica com o samba. Sacudindo a poeira de anos de clandestinidade, o PCB ficou íntimo dos sambistas e das agremiações carnavalescas. Prova disso é que esteve bem perto de organizar o carnaval carioca de 1947.

Em viagem pela União Soviética no final de 1957, Mário Lago visitou a Rádio de Moscou. Diante do que viu, não pensou duas vezes: "Olha, eu só tenho esperança de que, se algum dia o Partido Comunista tomar o poder no Brasil, não faça o rádio que os camaradas estão fazendo. Vai ser uma chatice e ninguém vai ligar o rádio!" O relato está no livro Mário Lago: Boemia e política, da historiadora Mônica Veloso, publicado pela Fundação Getúlio Vargas em 1997. Militante e boêmio, Lago era um crítico contumaz do trabalho de propaganda política do partido e da postura ortodoxa dos "camaradas" que renunciavam à vida social em nome da causa comunista. Para ele, não fazia sentido ser militante 24 horas por dia. "Você não pode abrir mão de sua individualidade. Você é um militante naquele momento. Está cumprindo uma tarefa, fazendo uma reunião, está estudando uma coisa. Agora, você continua sendo o homem comum que trabalha numa loja, trabalha numa fábrica, e quando sai do trabalho vai ver o seu futebol, vai se divertir." Para o compositor, ator e escritor, vida social e militância política nunca foram incompatíveis. Conversas de botequim poderiam ser uma eficiente propaganda partidária. Falar a linguagem do povo e "ser igual a qualquer um" era a senha para conquistar as massas populares para o partido.

Difícil, para muitos intelectuais do PCB, era conseguir adaptar discurso e prática às circunstâncias. Em correspondência a seu filho Júnior Ramos, encontrada no Arquivo Graciliano Ramos, do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, o romancista alagoano escrevia sobre as dificuldades de lidar com as camadas populares em um comício realizado no Rio de Janeiro, em 1945: "Talvez metade do auditório fosse formado pelas escolas de samba. (...) Deus me deu uma figura lastimosa, desagradável, cheia de espinhos. Resolvi não fazer ao público nenhuma concessão: escrevi na minha prosa ordinária, que, se não é natural, pois a linguagem escrita não pode ser natural, me parece compreensível. (...) Decidi, pois, falar num discurso como falo nos livros. Iriam entender-me?".

Os intelectuais no PCB

Cassado desde 1928, o PCB volta à cena política em 1945, permanecendo na legalidade até 1947. Tempo suficiente para montar uma grande estrutura e conhecer o período áureo de sua história. De cerca de dois mil militantes no final dos anos 1920, o PCB passa a contar com 200 mil filiados. Mesmo com pouco tempo para a campanha, o desconhecido Yedo Fiúza, lançado pelo partido para concorrer à presidência da República em 1945, obtém a marca expressiva de 10% dos votos. O partido elegeu 14 deputados federais e fez de Luiz Carlos Prestes seu representante no Senado. A crescente popularidade do PCB rendeu-lhe grandes resultados nas eleições para prefeitos e vereadores de 1947, formando a maior bancada do Distrito Federal.

Diversos fatores motivaram a entrada em massa de intelectuais e do operariado no partido. Entre eles, a campanha vitoriosa da União Soviética no combate às forças do Eixo; a volta do PCB à legalidade num cenário de relativa distensão política, caracterizada pela democratização de 1945; e o prestígio de Luiz Carlos Prestes, no partido desde a década de 1930. Jorge Amado, Graciliano Ramos, Monteiro Lobato, Edison Carneiro, Cândido Portinari, Dorival Caymmi, Procópio Ferreira, Nélson Pereira dos Santos, Oscar Niemeyer, o maestro Francisco Mignone, o jornalista Pedro Mota Lima, o cronista Álvaro Moreyra, o pianista Arnaldo Estrela e o cientista Mário Schemberg faziam parte do respeitável grupo de intelectuais filiados ao PCB.

Os intelectuais e os artistas do PCB colocavam em prática a política cultural do partido, baseada no realismo socialista, modelo estético stalinista que chegou ao Brasil na segunda metade dos anos 1940. A produção de uma arte "genuinamente" proletária era um dos principais instrumentos de educação política das massas. Cabia aos intelectuais do partido alfabetizar os "camaradas" iletrados e ministrar "aulas de conhecimentos gerais", além de esclarecer pontos fundamentais da teoria marxista-leninista. Teatro, cinema, cartazes, exposições, conferências, poemas: todos os recursos materiais e humanos disponíveis eram utilizados a serviço da causa comunista.

Dispondo de uma estrutura bastante razoável, a imprensa comunista nos anos 1945-1947 cresceu vertiginosamente. O partido contava com diversos jornais e revistas, além de duas editoras, o que deu um grande impulso ao trabalho de divulgação do comunismo no Brasil. Voltado para as massas, o diário comunista Tribuna Popular, de circulação nacional, chegou a tiragens de 50 mil exemplares. Veiculava notícias das agências comunistas internacionais, publicava matérias sobre o movimento operário e a luta camponesa, mas também dava substancial espaço para o entretenimento, visto como um importante instrumento de educação política das massas. Falava-se de cinema, teatro, esportes (com destaque para o futebol), música, notas sociais, fofocas sobre políticos e personalidades em evidência. Os anunciantes, em muitos casos, buscavam uma associação entre os produtos e a linha política do partido, como no caso do "Sabão Russo – contra erupções, espinhas e panos" ou dos perfumes Cavaleiro da Esperança. Na compra dos perfumes por atacado, o consumidor era contemplado com folhinhas com retrato de toda a bancada comunista na Constituinte de 1946.

A foice e o pandeiro

O samba, reconhecido nos anos 1940 como uma das maiores formas de expressão artística popular, fruto de um complexo processo que Hermano Vianna chamou de "mistério do samba", também foi privilegiado pelos comunistas. É amplo o espaço dedicado ao mundo do samba na Tribuna Popular. As colunas "O Povo se Diverte" e "O Samba na Cidade" eram publicadas com regularidade. Notas sobre a agenda e os preparativos dos bailes carnavalescos, cartas de leitores sobre o carnaval, homenagens feitas pelas agremiações carnavalescas à Tribuna Popular, divulgação dos assuntos de interesse da União Geral das Escolas de Samba (Uges) faziam do jornal comunista um espaço de participação e representação do mundo do samba. Um forte vínculo ideológico estabelecia-se entre a Uges e o Partido Comunista.

As escolas de samba eram vistas pelo PCB como organismos de concentração das camadas populares e tiveram um importante papel na estratégia de comunicação com o operariado, fiel frequentador dos grêmios recreativos, uma de suas raras opções de lazer. Por caminhos diversos, como visitas às quadras das escolas, realização de festas eleitorais, nas quais as escolas de samba eram as principais atrações, promoção de torneios de futebol com exibição das escolas de samba e visitas de sambistas à sede da redação da Tribuna, o Partido Comunista se aproximava das camadas populares. Na verdade, havia uma negociação recíproca: a aproximação com os comunistas no período da legalidade também aumentava a credibilidade do mundo do samba junto à sociedade.

Em novembro de 1946, no campo de São Cristóvão, o PCB organizou um desfile em homenagem a Luiz Carlos Prestes, do qual participaram 22 escolas. A maioria dos enredos exaltava o Cavaleiro da Esperança. Diversos intelectuais comunistas faziam parte do corpo de jurados. Paulo da Portela, eleito Cidadão Samba em 1937, um sambista respeitado por sua luta pela aceitação social do samba do subúrbio, também fazia parte do júri. Sagrou-se campeã a escola de samba Prazer da Serrinha. O samba "Cavaleiro da Esperança", da escola Lira do Amor, de Lourival Ramos e Orlando Gagliastro, recebeu um prêmio especial, não previsto no concurso: "Prestes!/ O Cavaleiro da Esperança/ Um homem que pelo pequeno relutou/ Seu nome foi bem disputado dentro das urnas/ Oh! Carlos Prestes/ Foi bem merecida a cadeira de senador/ Passou dez anos encarcerado/ Comeu o pão que o diabo amassou/ Oh! Prestes."

Carnaval e eleições de 47

Percebendo o sucesso junto ao mundo do samba, os comunistas buscam estreitar ainda mais a aproximação com as agremiações carnavalescas. Era comum, quase uma regra, que um jornal organizasse os festejos carnavalescos. Em 1947, foi a vez de a Tribuna Popular pleitear o direito de organizar o carnaval.

O primeiro bimestre daquele ano seria bastante agitado para os comunistas: eleições para a Câmara dos Vereadores, em janeiro, e promoção do carnaval. A campanha eleitoral, bastante lúdica, como reivindicava Mário Lago, utilizava em abundância versões de conhecidas marchinhas populares. "Mamãe, não quero", do comunista Jararaca (da famosa dupla caipira Jararaca e Ratinho), que seria eleito vereador, era uma das mais famosas:
"Mamãe, não quero/ Mamãe, não quero/ Mamãe, não quero mais mamar/ Eu já estou grande/ Quero saber em quem é que eu vou votar/ Vota meu filho/ Que és moço e és viril/ Vota pra grandeza e pro progresso do Brasil/ Vota com cuidado/ com cuidado vota/ Dá o teu voto/ A um sincero patriota!/ Não vota, meu filho/ Não crê na marmelada/ Dos que prometem tudo/ E no fim não fazem nada/ Vota com cuidado/ Olhe bem a lista/ Escolha os candidatos do Partido Comunista."

A tradicional eleição para Embaixador e Embaixatriz do Samba, no ano de 1947, foi organizada pela Tribuna Popular. Um ensaio para um outro pleito do qual o mundo do samba, dentro de poucos dias, não poderia se furtar: as eleições de 19 de janeiro, votando nos candidatos do Partido Comunista. A 15 de janeiro, lia-se na Tribuna: "Doraci de Assis conquista o primeiro lugar. A candidata do Prazer da Serrinha é seguida de perto por Tereza Lima e Luciana Batista. João Amazonas, Pedro Mota Lima e Vespasiano Luz, candidatos da Chapa Popular que os sambistas levarão ao Senado e ao Conselho Municipal, assistiram à apuração".

Retorno autoritário

Os planos de organizar os preparativos para o carnaval de 1947, conhecido como Carnaval da Vitória, em alusão à vitória sobre o nazi-fascismo, foram frustrados. Embora se diga que os anos 1945-1964 foram marcados pela democratização no país, permanecia ainda um forte traço autoritário, expresso na repressão da "polícia especial" às manifestações dos trabalhadores; na manutenção da censura; na cassação do PCB, em 1947; e na suspensão dos mandatos dos comunistas, em janeiro do ano seguinte.

O PCB, mais uma vez, cairia na clandestinidade. Para diminuir a influência do partido junto às escolas de samba, foi criada uma nova entidade representativa, a Federação Brasileira das Escolas de Samba, que passou a receber a subvenção oficial e a atrair diversas escolas filiadas à União Geral das Escolas de Samba, que foi sendo esvaziada.

Acusadas de "subversão", várias escolas de samba foram investigadas pela polícia política. Constam nos arquivos do Dops documentos relativos à "infiltração" de "elementos comunistas" nas escolas de samba, em pleno período de democratização. "Recomendava-se" a substituição desses componentes, sob pena de cassação das licenças de funcionamento. Durante a ditadura militar, a produção de documentos referentes à "subversão" nas escolas de samba aumenta consideravelmente. A documentação estende-se até o ano de 1983, quando a Unidos de Vila Isabel comemorava o aniversário de 85 anos de Luiz Carlos Prestes.

Longe de ser encarado como uma forma de alienação popular, o samba, para os comunistas, foi fundamental para o contato com o operariado. O estreitamento dos laços entre o PCB e as escolas de samba, na segunda metade dos anos 1940, consolidou uma parceria bastante sólida. Mesmo durante o novo período de ilegalidade, que se inicia em 1948, a parceria PCB/mundo do samba não se dissolveu. Ao contrário, ganhou novo fôlego com o interesse de setores da classe média, especialmente estudantes universitários e classe artística, que buscavam abrir caminho para a participação das camadas populares nas lutas sociais.

Em 1998, Luiz Carlos Prestes foi louvado na avenida pela Acadêmicos do Grande Rio. Dessa vez, não num desfile promovido pelo partido, mas com todo o aparato que cerca o carnaval carioca da atualidade, no desfile oficial. Sinal dos tempos.


* Valéria Lima Guimarães é historiadora e mestre em história social pela UFRJ.

Artigo originalmente publicado na revista Veredas do Centro Cultural Banco do Brasil.

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Toda noite tem aurora. E toda aurora tem seus galos, clarinando no escuro o dia por nascer. A ambição do portal Vermelho é ser um galo assim na internet. Contribuir para dissipar treva neoliberal. Trabalhar para que venha logo a alvorada dos trabalhadores e povos da Terra.


Proclamação de compromissos


Vermelho nasce num planeta imerso na crise e na guerra. Num continente sob ameaça de recolonização em nome do "livre comércio". Num Brasil entregue aos Silvério dos Reis contemporâneos. E num ambiente, a internet, que é o fiel espelho virtual desta realidade. Também aqui reinam o neoliberalismo com o imperialismo norte-americano à frente, a hiper-mercantilização e a concentração da riqueza, a crise e o desemprego, o banditismo e o lixo cultural - em especial o made in USA.

No entanto, combatendo a treva há também a luz. A consciência crítica se reergue, de Seattle a Ramallah e Porto Alegre. Muitos milhões de mulheres e homens se engajam na resistência, em nome da paz, do progresso e da liberdade.

A própria internet é igualmente um cenário da luta por outra realidade, por um mundo novo, um novo Brasil. E um cenário para um público de milhões, que permite comunicação de massas a preço relativamente desprezível, em tempo real e escala planetária, com texto, som, imagem, movimento, interatividade…

Vermelho engaja-se neste combate e o hip hop (MH2C). Empenha-se em explorar ao máximo estas características. Deseja colocá-las a serviço dos trabalhadores e não dos burgueses, dos povos e não dos impérios, da liberdade e não do macartismo bushiano, do conhecimento e não do embrutecimento, da programação livre e não do monopólio da Microsoft.

A modernidade, e seu ícone da moda, a internet, encerram em si duas classes sociais e, logo, dois projetos. Rejeitamos a modernidade burguesa, conservadora, que nos vende a cada dia uma mudança para que tudo continue como está. Por isso mesmo abraçamos a modernidade transformadora, revolucionária, que busca nas mudanças do presente os pontos de apoio capazes de alavancar o futuro.

Sim, tornamos partido apartidário , para o escândalo dos senhores embelezadores do status quo. A partir do nome - Vermelho! - proclamamos orgulhosamente nossos compromissos: com a independência e soberania de nosso país; com a liberdade e a democracia; com o progresso, os direitos e conquistas sociais, o trabalho e os trabalhadores; com o socialismo e o comunismo; com as bases teóricas e as forças de vanguarda capazes de conduzir estas lutas.

Com este posicionamento dirigimo-nos aos internautas, em particular três segmentos que vêm crescendo na medida em que o público da rede se torna mais amplo e mais pobre: a juventude; a intelectualidade; e, por fim mas não por último, a numerosa parcela do proletariado moderno que freqüenta a internet no trabalho ou em casa.


Ponto de vista brasileiro


Vermelho junto com hip hop nasce com os olhos bem abertos para a totalidade do planeta, empenhado em interagir com ela. Suas páginas em , mesmo modestas, testemunham esta disposição.

Porém enxergamos o mundo a partir dos interesses do povo brasileiro.
Esta perspectiva determinada não é superior à de ninguém, mas tampouco inferior, como crêem nossas colonizadas classes dominantes. Os brasileiros temos apenas cinco séculos de formação, atribulada e penosa. Somos um povo novo. Mas germinou aqui, aos trancos e barrancos, uma identidade original, um tipo de matriz flexível, aberta, assimiladora, um humanismo desimpedido. E ela é uma contribuição que temos a oferecer à raça humana, neste início de século envenenado pelo racismo e a intolerância.

O ponto de vista brasileiro é também o de uma nação dependente e oprimida que almeja libertar-se. Reclama a rebelião contra o retrocesso que vai nos condenando à condição de neocolônia, da economia à cultura. Longe deste combate decisivo, tampouco haverá democracia para as grandes massas, nem progresso e bem-estar social.


Conteúdo


O jargão em voga na internet banalizou e abastardou o termo "conteúdo". Vermelho *(mh2c)* aspira recuperar seu significado primitivo e essencial, que não se mede em gigabites.

Perseguimos um conteúdo cuja quantidade exprima qualidade. Um conteúdo sem aspas, que se meça em idéias novas, denúncias candentes, argumentos sólidos, exemplos eloqüentes, propostas mobilizadoras, polêmica, investigação e análise, criatividade, ousadia.

Um tal conteúdo não se impõe limites de pauta. Tudo que é humano - e em especial brasileiro - nos interessa: política e futebol, biotecnologia e desemprego, Alca e frevo, segurança pública e sindicatos, racismo e saúde, meio-ambiente e privatizações, eleições e cinema, história, ocupações de terra, feminismo, greves, filosofia, escolas de samba, guerrilhas, ciências, meninos de rua, sonhos…

O nexo desta infinidade temática é político. Hoje, o povo brasileiro, enojado com a hipocrisia, corrupção e truculência políticas das classes governantes, tende a rechaçar em bloco a política e os políticos. Com o devido respeito, isto é uma tolice. O preconceito tem por certo suas explicações, porém nenhuma justificativa. No limite, ele protege e perpetua justamente a velha ordem dos políticos hipócritas, corruptos e truculentos - que alimentam o lugar-comum de que política é mesmo uma coisa suja. O caminho da emancipação, do progresso e do bem-estar passa obrigatoriamente pela política, pela politização das maiorias hoje em grande parte marginalizadas, pela conquista e transformação do regime político, pelos partidos políticos democráticos e progressistas.

Em estreita conexão com o conteúdo, a atualidade é decisiva - uma pré-condição para quem deseje acompanhar e interagir com a realidade fora da rede, em transformação incessante e às vezes vertiginosa. Surge daí o Diário Vermelho, com funções de informação mas também de opinião, colunas, crônicas, cadernos estaduais, municipais - e ainda o vasto espaço do Falapovo, aberto à colaboração dos internautas.

O ferramental da interatividade abre todo um universo de possibilidades para Vermelho ter um uso múltiplo, polivalente. Os jornais operários de cem anos atrás já se colocavam as tarefas de organizadores coletivos. Um portal na internet permite que se eleve ao cubo essa função, e que se agregue muitas outras, de finanças, formação, acervo das idéias, das obras e da memória do movimento, para não falar da mobilização concreta em torno das batalhas de cada momento.


Chamamento ao trabalho militante


Vermelho mh2c nasce como uma oficina de si próprio. Irá se fabricando no ar, abrindo seu caminho ao andar. Esta é em parte uma imposição das circunstâncias em que ele nasce, com uma equipe central ainda pequena e poucos recursos. Mas é sobretudo uma escolha consciente: um portal militante confia seu êxito à contribuição militante.

Fala-se muito hoje em crise da militância. Não poderia ser diferente nestes tempos de individualismo exacerbado. Entretanto, a humanidade é maior que esta fase desumanizadora. Os valores do trabalho, da criação, da fraternidade, da generosidade, rebrotam sem cessar, a despeito dos tempos difíceis e até como mecanismo de autodefesa.

Vermelho nasce para abrigar, cultivar, dar espaço e visibilidade a muitos milhares de contribuições militantes. Será um portal feito como Van Gogh fazia quadros, como Clementina de Jesus fazia música, como Cipriano Barata fazia seu jornal nas masmorras do Império, como Che Guevara fazia a guerrilha: pela simples, limpa e forte convicção de que estas são coisas necessárias.

Não vai aqui qualquer concessão ao amadorismo ou à improvisação. Mas quem disse - afora os sacerdotes do neoliberalismo - que só possuem qualidade e excelência as coisas que têm um preço no mercado? Ao contrário, desde os primeiros passos preparatórios, não nos têm faltado exemplos de que o trabalho militante pode ser o mais bem feito.

Por isso Vermelho mh2c anuncia: temos vagas. Muitas e muitas vagas, para homens e mulheres de todas as idades, de todos os recantos do Brasil, e também de fora. Vagas para as inteligências, as sensibilidades, os talentos. Vagas para quem julgue necessário um portal assim e se disponha a ajudar o dia a nascer, pela pura e prazerosa certeza de que a treva já durou demais.

São Paulo, 25 de março

...DIGA NÃO

Não tenha medo da loucura e do escuro da solidão, nem do elefante branco na contra-mão...


“A única coisa que temos a dizer é: Todo o poder aos SOVIETS!”.
Tirai vossas mãos deste poder, vossas mãos tingidas com o sangue dos mártires da liberdade que lutaram contra os guardas brancos,
latifundiários e a burguesia.

Izvestia de Kronstadt nº 6, 7 de março 1921

Brasil é o maior em desigualdade social

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Brasil é o maior em desigualdade social

A distribuição de renda no Brasil é a pior do mundo, em que os 10% mais ricos ganham 28 vezes a renda dos 40% mais pobres. Este é um dos dados publicados em uma pesquisa que será lançada em livro, chamada “Desigualdade e Pobreza no Brasil”, do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que levou em consideração indicadores do Banco Mundial (Bird), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), IBGE e da ONU.

Outros elementos do estudo do IPEA indicam que os 10% mais ricos da população brasileira se apropriam de cerca de 50% da renda total do país, e os 50% mais pobres detêm apenas 10% da renda do país. Outros países mais pobres não têm uma desigualdade estrutural tão grande como o Brasil. Pelos dados da pesquisa do IPEA, esta situação não sofre mudanças há exatamente 25 anos e parece que existe um conformismo dentro da sociedade brasileira de continuar esta desigualdade.

O estudo do IPEA mostra que a desigualdade social no Brasil é estrutural, o que confirma as teses da Refundação do PCML (Partido Comunista Marxista Leninista) de que este é um modelo de desenvolvimento do Brasil desde a colônia, que fez com que a propriedade privada de monopólio da terra voltada para a exportação fosse a mola mestra da desigualdade social.

Com o regime escravocrata agro-exportador, as diferenças de classe social entre os que detinham os meios de produção, que eram os colonizadores portugueses e os escravos, que eram a mão-de-obra gratuita para tocar a economia do país, fizeram com que o país se desenvolvesse de uma forma desigual. O desenvolvimento econômico do Brasil desde aqueles tempos não quebrou o monopólio da terra e da indústria e por isso todo o crescimento foi injusto para a maior parte da população brasileira, que teve que sustentar a sede dos lucros dos monopólios estrangeiros e nacionais até os dias atuais.

A elite brasileira sempre foi egoísta e ligada ao capital estrangeiro a quem sempre se uniu para espoliar o povo. O nosso país é composto por uma população enorme de miseráveis e de párias sociais que conseguem sobreviver com muitas dificuldades, com um salário mínimo de R$ 151 que, segundo o DIEESE, deveria estar em torno de R$ 1mil. O salário mínimo do trabalhador está em 25% do valor de quando foi criado em 1940 por Getúlio Vargas.

O estudo do IPEA mostra que somente uma mudança radical na sociedade brasileira é capaz de mudar esse quadro de injustiça social, que é próprio do sistema capitalista, principalmente em um país do Terceiro Mundo. Mais uma vez as Teses de Refundação do PCML mostram que precisamos organizar a revolução socialista no Brasil para apear do poder esta elite que há mais de 500 anos oprime com fome, violência e miséria

A pesquisa do IPEA mostra que o principal ponto a ser enfrentado para que se diminua a desigualdade social no Brasil é o investimento em educação, já que a média de escolaridade do trabalhador brasileiro é de 6,3 anos de estudo. Mas o projeto neoliberal, que faz com que os governos apliquem menos recursos em vários setores sociais, está levando os trabalhadores brasileiros a ganharem bem menos do que se tivessem uma melhor educação.

Embora a estatística seja melhor do que há dez anos atrás, mas se compararmos a outros países pesquisados, como a Coréia do Sul que investiu maciçamente no setor educacional para dar um grande salto de desenvolvimento econômico, o Brasil é um país que gasta poucos recursos com o setor, o que diminui as oportunidades para os que estão entrando no mercado de trabalho, que correspondem a mais de 1,5 milhões de pessoas a cada ano sem conseguir uma colocação satisfatória, tornando precárias as relações trabalhistas com a diminuição do salário.

Bibliografia

ABRAMO, Helena Wendel. Cenas juvenis: Punks e Darks no espaço Urbano. São Paulo: Scrita, 1994.

ARCE, José M. Velenzuela. “O funk carioca”. In: HERSCHMANN, Michel (org). Abalando os anos 90: funk e hip-hop: globalização, violência e estilo cultural. Rio de Janeiro: Rocco,1997.

BAUDRILLARD, Jean. Para uma crítica da economia política do signo. Lisboa: Edição 70, 1972.

BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

CALDEIRA, Tereza Pires do Rio. Cidade de Muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Ed. 34/Edusp, 2001.

HERSCHMANN, Michel. “O espetáculo do contradiscurso”. In: Folha de São Paulo. São Paulo, 18 de agosto de 2002, Caderno Mais, p. 10.

MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos: o declínio do individualismo na sociedade de massas. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1998.

MARCUSE, Herbert. A ideologia da sociedade industrial. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,1982.

MUCHOW, Hans. “Os fãs do jazz como movimento juvenil hoje”. In: Sociologia da Juventude. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1968. (vol 3).

NEGRI, Antonio & HARDT, Michael. Império. Rio de Janeiro: Record, 2002.

SENNETT, Richard. O declínio do homem público: as tiranias da intimidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

SHUSTERMAN, Richard. Vivendo a arte: o pensamento pragmatista e a estética popular. São Paulo: Ed., 34, 1998.

Ao perceberem o descaso com que os pobres e suas demandas são tratadas, os “rappers” resolvem, então, dar destaque a assuntos, até então, obnubilados no debate, de sorte que, a violência e todas as suas matizes: orfandade, desemprego, enfim, tudo aquilo que se relaciona com a pobreza, é agora exposto sem maquiagem pelos “rappers” em suas crônicas musicais.

Ao falarmos de pobreza, apoiamos-nos em Negri (2001) para conceituá-la; de acordo com esse autor, este é um fenômeno mundial e atemporal, isto é, presente em todas as partes e em todos os períodos da história. Ainda segundo esse autor, somente os pobres podem renovar a vida, uma vez que eles não apontam para nenhuma transcendência, mas buscam no próprio limite de suas condições de vida a “imanência” de um outro viver. Em suas palavras: “Só o pobre vive radicalmente o ser efetivo e presente, na indigência e no sofrimento, e por isso só ele tem a habilidade de renovar o ser”. (NEGRI, 2001: 175)

Deparamo-nos aqui com um dos princípios norteadores do movimento “rap”, isto é: ao se engajarem na revitalização da cidadania, eles estimulam também a renovação do indivíduo; agora com os horizontes ampliados e a dignidade resgatada, tornam-se produtores e não apenas receptores de cultura, de sorte que as comunidades “rappers” transformam-se, circunstancialmente, para os jovens banidos da vivência cívica em um lócus não só de entretenimento, mas também de (re)educação para a vida.

O indiscutível papel de destaque que a juventude granjeou na cena pública da contemporaneidade é resultado, então, dessa busca incessante pela renovação da vida. Nas manifestações dos “rappers”, esse desejo de renovação manifesta-se por meio de duas características dramaticamente opostas: arte e violência.

A violência aparece como uma resposta à secularizada injustiça que se praticou e se pratica contra seus pares; vale dizer, contra toda a categoria de pobres.

“O eixo oblíquo que guia o enfoque entre o asfalto e a favela tem sido a violência urbana, que se apresenta com origem definida nas favelas, nos morros onde habitam os pobres, nas ruas contaminadas e ameaçadas pela sua presença, onde assaltam, realizam o comércio informal ou dormem sob as marquises dos prédios, obstinados em demonstrar a insolvência teórica daqueles que realizam construções binárias entre os espaços públicos e privados.” (ARCE, 1997: 150)

A arte está associada aos mais distintos agrupamentos juvenis que buscam nas representações artísticas, notadamente na música, visibilidade e reconhecimento social para, com base nisso desafiarem as convenções estéticas da atualidade.

“O ‘rap’ é uma arte popular pós-moderna que desafia algumas das convenções estéticas mais incutidas, que pertencem não somente ao modernismo como estilo artístico e como ideologia, mas à doutrina filosófica da modernidade e à diferenciação aguda entre as esferas culturais”. (SHUSTERMAN, 1998: 144).

Na vida dos periféricos, o sentimento gerado por sucessivas segregações provocou ódio, acumulou forças e inspirou uma resistência de seus mais ilustres e autênticos representantes: os jovens, que desamparados e desassistidos em suas necessidades básicas, cultura e lazer notadamente, resolveram arregimentar forças em torno de objetivos comuns e, com ousadia e proposição, revelar para a sociedade suas mazelas cotidianas por meio da comunicação musical.

PIG - PARTIDO DA IMPRESA GOLPISTA...

A VOZ DO CRIME NO BRASIL

Pela primeira vez, os golpistas midiáticos associaram diretamente o nome de Dilma Rousseff a um suposto delito.

O golpe veio em "cadeia nacional", pelo JN, da boca de um criminoso comum, julgado e condenado.

Era receptador de cargas roubadas e lidava com dinheiro falsificado.

Já passou dez meses atrás das grades.

Admite que no passado foi filiado ao PSDB.

Esse bandido virou celebridade na Folha de S. Paulo, que exibe dele uma foto posada, produzida por Letícia Moreira num chiaroscuro ao estilo Van der Goes.

No quadro de 19 cm x 24 cm, o ladrão cafajeste virou galã.

No horário jornalístico nobre da TV, foi tratado como demiurgo.

Ganhou cerca de um minuto para desfiar acusações confusas contra Erenice e Dilma.

Ou seja, Folha e Globo se transformaram em canal de locução do crime.

Mesmo assim, provavelmente não serão processados.

Nenhum policial, procurador ou magistrado se levantou, até agora, para questionar a conversão de veículos de comunicação em armas de destruição moral.

O cidadão tampouco pode contar com o Governo Federal e com Ministério publico e o PT, sempre tímidos e incapazes de agir contra as gangues midiáticas e seus novos atores, agora recrutados no sistema carcerário.

O episódio da demissão de Erenice Guerra constituiu-se em grave erro estratégico.

Tolerar o avanço da bandidagem midiática pode ser trágico, mesmo que se vença a eleição.

Ou destruímos o golpismo midiático ou o golpismo midiático vai destruir o Brasil.

contexto livre

Confira aqui os posts do

O mito do torcedor violento

Blogs substituem jornais na cobertura

ABI critica "delírio fascistoide" e "totalitarismo" de Ricardo Teixeira

Para urbanista, política de Kassab é 'sórdida' e Maluf 'é bonzinho' perto dele

Poeminha pós moderno

José Serra e Abilio Diniz: a onipotência derrotada

A Marselhesa

Dia Mundial do Rock

A censura dissimulada

Os Otavinhos

Amanda Gurgel - Para onde está indo o dinheiro da educação?

Carlos Latuff: Prêmio de Melhor Charge

A droga da mídia

Algo de novo sob o Sol

Nota de pesar da presidenta Dilma Rousseff

Garotinho sem noção

Charge online - Bessinha - # 698

Sem jovens, Igreja Anglicana acaba em 20 anos

Crescimento econômico estimula doméstica a mudar de emprego

Começa nova perfuração do pré-sal em Santa Catarina

A "ideologia parlamentarista" na América Latina

Rupert Murdoch quer vender seus jornais britânicos

Jobim, o indefeso, sitiado por idiotas

Alianças caras com partidos baratos

Cade deve suspender compra da Webjet pela Gol

Ações de transparência nos gastos do Brasil são exemplo, diz Hillary Clinton

Em entrevista, Obama cogita não pagar previdência e pensões em agosto

Fifa define: Itaquerão fará a abertura da Copa de 2014

Megadesapropriação retira 45 mil de área nobre em SP

Fatos e Documentos

Superfaturamento em Barueri-SP

Manifesto da campanha pelo Estado da Palestina Já!

Charge online - Bessinha - # 697

“O socialismo é uma doutrina triunfante”

Paraguai extradita “criminoso dos bebês” argentino

Gol anuncia fusão de barrinhas de cereal com saquinho de amendoim

Cientistas acham tipo de gonorreia resistente a todos os antibióticos

Pagot detona a Veja e o PIG

Dilma faz a coisa certa: dá um murro na mesa

O novo Passos de Dilma

Abuso de poder na comunicação em Pernambuco

WikiLeaks: A embaixada e a mídia

Estudo: homens que lavam a louça têm melhor vida sexual

Charge online - Bessinha - # 696

Audiência da Globo cai 24% em todo o país

Novo termo de serviço do Yahoo! permite a leitura dos emails

Ex-governador pega 16 anos por desvio na folha de pagamento. Ele vai para a cadeia?

"Se dependesse da TV Globo, eu estaria morta", diz colega de Tim Lopes

Promotoria: Governo de SP transgride a lógica do SUS

Corregedoria diz que repórter foi alvo de armação da policia paulista

Correa mantém processo judicial contra jornalista

'Fizemos nosso melhor até o fim', diz ex-repórter do News of the World, demitido por email

Rio Grande: Fepam concede licença de instalação ao Oceanário Brasil

WikiLeaks: Proibição ao aborto é “lei que não pega”, diz embaixada

WikiLeaks: Lembo teria cogitado visitar a Bolívia para atrapalhar reeleição de Lula

Ulbra lança projeto "aprovação sem matrícula"

SP: TV Minuto retira vídeos de Chalita do YouTube

Diana Krall

Charge online - Bessinha - # 695

Alckmin faz campanha pra Chalita e obriga Serra a ser candidato

Tucanos detonam a TV Cultura

Serra acabou, a intolerância persiste

Democratização ou interesses privados?

Jornais de Murdoch espionavam ex-premier inglês

O que temos a ver com a fusão Pão de Açúcar e Carrefour?

Lessa detona Abilio Diniz

Insaciável, Casino quer mais do Pão de Açúcar

“Meia noite em Paris” ou em nossa alma

Cole Porter

UE faz reunião de emergência em meio a temor sobre crise na Itália

Propriedade cruzada: lá e cá

Happy Birthday Mr. Teacher DiAfonso

Funcionários de Luciano Huck impedem acesso à praia

O que a Globonews não contou

“A opinião pública já não se forma nos jornais”, diz Cebrián

Homem foge após tentativa frustrada de assaltar Michel Temer em São Paulo

John Lennon

MG: Prefeito de Paraopeba diz que vai se entregar nesta segunda-feira

Igreja Universal dá a dizimista diploma assinado por Jesus

Edzard Ernst: “A homeopatia não tem efeito algum”

WikiLeaks: EUA por trás do combate à pirataria no Nordeste

Religiosidade sem preconceito

Charge online - Bessinha - # 694

Romário recusa teste do bafômetro e perde carteira no RJ

WikiLeaks: EUA criticaram preconceito contra comunidade gay no Brasil

Você sabe quantos deuses têm a história parecida com a de Jesus?

Zezé Perrella: Campeão de ausências anda em jato próprio

Nosso Presidencialismo

Quem autorizou?

Perguntas de 'O Globo' e respostas do ministro Paulo Bernardo

YouTube de cara nova

Charge do Alpino

Jesus te ama

Israel "IZ" Kamakawiwo'ole

Uma Fraude chamada Madre Teresa

Nossa Língua - De onde vem o verbo deletar?

Vitória me fez menor e também me possibilitou ser maior

Os calotes do bispo

Folha: Imprensa Criminosa

A desgraça do jornalismo

O “Marinho mundial” em maus lençóis

Asesinan en Guatemala al cantante argentino Facundo Cabral

Marina Silva será revendedora da Natura

Charge online - Bessinha - # 693

Irmão de prefeito do PSDB é preso por assassinato de blogueiro no RN

Casas de prostituição e seus reflexos nos direitos trabalhistas

Relatório conclui: houve golpe de Estado em Honduras

9 de julho: São Paulo precisa de uma revolução de verdade

Deputado tucano insulta professores

WikiLeaks: EUA se preocuparam com modelo anti-Aids brasileiro em Moçambique

Charge online - Bessinha - # 692

Lei de prisões reforça sentido garantista do juiz

A rebelião dos homens

Sérgio Cabral viaja em bondinho de Eike Batista

Tucanos adoram a: Paternidade Impossível

'Vou não, posso não'. Seu histórico não deixa não, vai criar 'constrangimento' sim.

'Sem desmerecer as mulheres, aqui é lugar para homem', diz vereador

Justiça manda interromper libertação de trabalhadores no MS

Ex-porta-voz de Cameron é libertado após pagar fiança e depor por 9 horas

A Pergunta

E se Marina fosse a presidenta?

Gol fecha a compra da Webjet por R$ 310 milhões

Aguardo o julgamento do STF com serenidade

Após escândalo com Murdoch, premiê britânico promete regras para imprensa

Tirando o sofá da sala

Os eixos da política externa brasileira

Acabo de sair da Folha Metropolitana a pedido de dois deputados tucanos

Rafinha Bastos é alvo do Ministério Público

FAO culpa Brasil por aumento de preços de alimentos

Porque é importante o ContextoLivre

PM de SP matou 132 pessoas em 3 meses; ninguém foi punido

A Internet nunca substituirá o jornal

Preconceito, Ignorância, Homossexualidade

Charge online - Bessinha - # 691

Não é só o euro, mas a democracia que está em jogo

Marina Silva e a decepção verde

Carro voador é liberado para uso nos EUA

"News of the World" deixará de ser publicado por escândalo de escutas ilegais

Políticos ignoram técnicos e manobram para emplacar trem bilionário em Cuiabá

Jaraguá do Sul - SC

Charge online - Bessinha - # 690

"Senta aqui, Bolsonaro!"

Rede Globo detona Segurança Pública tucana

Quando o PIG vier entrevistar você!

E tem gente que critica o MEC!

Os intelectuais midiáticos, esses especialistas em mentira

Megan Fox

O silêncio dos inocentes

Mano exige Rogério Ceni no gol do Paraguai

Presidenta Dilma inaugura teleférico do Complexo do Alemão

Serra defende “moralidade” que não praticou

Eike cria programa de milhagem para Cabral

São José dos Campos abrigará sede da nova agência espacial do governo

Vai privatizar? Audiência e receita da TV Cultura (do PSDB) desabam

Comissão da Verdade: estratégia oficial divide deputados e parentes

Charge online - Bessinha - 689

Ricardo Teixeira faz pouco caso de acusações: 'Caguei'

Havelange e Teixeira: US$ 10 milhões para escapar

Inquérito britânico sobre sedes da Copa acusa Fifa e Blatter

O preconceito moralista contra o São João e a cultura popular do Nordeste

Falsificações da Revista Veja sobre a Universidade de Brasília

WikiLeaks: Jarbas Vasconcelos ‘previu’ que Lula não terminaria segundo mandato

A institucionalização da política de assistência social no Brasil

Publicis está prestes a fechar compra da DPZ

Ministro dos Transportes cotado para o Ministério da Pesca

A falta de seriedade de O Globo

Facebook e Twitter vão multar quem reclamar do frio

O ensino jurídico e o exame da OAB: alguém está cuspindo no prato que comeu!

Liderança gay pede cassação do registro de psicólogo de Malafaia

Igreja Anglicana

Outro mundo teria sido possível

Simpatia e Identidade Partidária

Israel "IZ" Kamakawiwoʻole

Blogueiro faz festa!

Relatório recomenda aos EUA apoio ao Brasil por vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU

Ministro a serviço de um partido

Cai o ministro dos Transportes

Macaco rouba câmera de fotógrafo e faz um autorretrato 'sorridente'

Rede Globo perde 8% do ibope em todo o país; concorrentes crescem 2%

Atenção historiadores! Senador tucano é contra a regulamentação da profissão

Manifesto Contra a Anistia aos Torturadores

Portugal caminha para ser a nova Grécia

Aécio não deixa os amigos na chuva…

Explosão de bueiros no Rio! O culpado tem nome e endereço: Aécio Neves

Deputados pedem ao MP-SP para apurar rombo de R$ 147,18 milhões nos hospitais gerenciados por OSS

Charge online - Bessinha - # 688

Aliado de Aécio diz que Serra está doido!

Comparato pede apuração criminal do sumiço de documentos sigilosos anunciado por Jobim

O Mestre de Palocci aumentou patrimônio em 86.500%!

O crime não é sólido, nem líquido, nem gasoso, nem animal, nem vegetal...

Dilma defende investimentos em usinas hidrelétricas

PM de São Paulo nega ter havido abusos. E você diz o que?

Programa de Tiago Leifert derruba Globo para 3º lugar

Presidenta Dilma decide que Pagot não voltará de férias

O brasileiro gosta de uma teoria da conspiração

#6deJulhoCUT

Manifesto por direitos às domésticas

ABIN identifica as ONGs estrangeiras que boicotam Belo Monte

Charge online - Bessinha - # 687

Em Porto Alegre: A primeira campanha ateísta do Brasil

Padres acusados de pedofilia vão a júri em Alagoas

O PRI prepara sua volta ao governo do México

Os pais do Plano Real

Espectador sobe no palco e agride o comediante Ben Ludmer em SP

O martelinho de Serra e os bueiros explosivos

Motociclista é multado "por conduzir sem cinto de segurança"

Sobre o conceito de cultura

Nova lei de licitações: onde estão os ‘moralistas’ agora?

Médica acreana presa em Pernambuco

Prisão só para crimes graves

BNDES, a jóia da coroa

Charge online - Bessinha - # 686

Professora Amanda Gurgel recusa prêmio do PNBE

Polícia usa sal para retirar excesso de gelo de rodovia de SC

Kassab: 20% de aumento; secretários: 250%; servidores municipais: 0,01%

WikiLeaks: Para EUA, assembleia de Brasília é “refúgio de canalhas”

No aniversário de FHC, Nelson Jobim joga seu cargo no ventilador

Bom dia, professora, como vai?

Deputada Ângela Sousa quer calar o Blog do Gusmão, de Ilhéus

Entrevista com Pettersen Filho, blogueiro ameaçado de morte

Estado laico cobrando multa de biblioteca que não disponibiliza Bíblia?

Vaticano: poucos padres e pouco celibato na América Latina

Padres, orgias e baladas

Ação Entre Amigos

"A morte lhe caiu bem", diz Cantanhêde sobre Itamar

A cara de pau tucana com o BNDES

O “mico” autoritário de José Serra

Charge online - Bessinha - # 685

"Cerra" penetra no enterro de Itamar. E quase fica lá

WikiLeaks: As conversas da embaixada com a ministra Dilma

Dia Nacional de Mobilização

Mundo Virtual

O Brasil e a sua guerra particular

Deputado cria campanha por mudança de nome de aeroporto

Pela 1ª vez, ministro do STF defende criminalização da homofobia

Ofensiva diplomática de Lula en Africa

Jornalista britânico que investiga Fifa vê interesses por trás do Fielzão

Charge online - Bessinha - # 684

Cabral isentou casa de vinhos usando lei sobre cesta básica

Escuta Essa

Laico?

Porto Alegre: Carro do Google não pode circular pela rua Olavo Bilac

Cielo culpa FHC por doping

A única esperança de Serra: a vitória do esgoto na política

Itamar, primeiro e único, queria PT no governo

Em busca do pastor assassinado

Credibilidade da blogosfera reconhecida também pelos executivos da comunicação

MTV usa logo da "Falha" e enterra de vez o "argumento" da Folha!

Estadão mente e Petrobras desmente

Entrevista com Itamar Franco

Itamar Franco: um honrado patriota

Prefeito de Curitiba persegue Guarda Municipal

Fogo sobre o Mármara

Suplente do senador Itamar Franco tem patrimônio invejável que o TRE desconhece

Chimarrão causa doping de Cielo

Charge online - Bessinha - # 683

Dilma age com a energia. Já a Veja…

Mensagem de Anonymous aos meios de comunicação de massa

Itapior: a metralhadora tucana

Charge online - Bessinha - # 682

Libertad Lamarque

Orquestra Sinfônica de Porto Alegre - Madonna

Orquestra Sinfônica de Porto Alegre - Isaac Karabtchevsky

Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e Yamandu Costa

PSOL homenageia FHC e diz sentir falta de Paulo Renato

Reviravolta: FHC é pai de Strauss-Kahn

Sensação térmica pode chegar a -20ºC no Rio Grande do Sul neste fim de semana

A “Equação Fox”: candidato+dinheiro+mídia = votos

Prefeito do DEMo quer censurar site de notícias

Um hacker que abala a república

"Nóis pega o peixe e amostra os anzól" - Premêro Facicru [Quarta Fôia]

Da prisão para a presidência

Por que Dilma ama FHC

Igreja Anglicana analisa possibilidade de aceitar bispos gays

Juiz de Goiânia anula outra união estável entre homossexuais

Blogueiro marcado para morrer pede socorro

A Internet, as redes sociais, Rousseau e a Vontade Geral

Propaganda brasileira é acusada de promover pedofilia

Morre Itamar Franco

Bahia - 2 de julho

Direito fundamental de ir e vir

Charge online - Bessinha - # 681

WikiLeaks: General Félix lamentou que ditadura tenha levado sociedade a se preocupar com prisioneiros

Contra AI-5 Digital, deputados lançam consulta pública de Projeto de Lei

Audiência da Globo em junho foi a pior de todos os tempos

Freddie Mercury and Montserrat Caballe

Google lança sua rede social e acirra batalha com Facebook...

Presidenta Dilma recebe lista tríplice para Procuradoria Geral da República

Guarda Municipal não é Polícia

Seja um poliglota na Copa 2014

Charge online - Bessinha - # 680

Presidente do DEM-DF: Não denunciei hacker para não favorecer PT

Jobim, o ego que não cabe nem no ‘metro e noventa’

Coragem não lhe falta, diz presidenta Dilma em mensagem a Hugo Chávez

Projeto que regulamenta TV por assinatura ganha regime de urgência

"Forças ocultas" tentam livrar a cara dos torturadores brasileiros

Strauss-Kahn e o linchamento pela mídia

Brasil será notificado em julho por mais dois crimes da ditadura

Barões da mídia querem pairar acima das leis

Cruzada religiosa combate direitos civis dos gays

Médicos são vítimas do próprio plano que criaram

Chávez: ¡Por ahora y para siempre viviremos y venceremos!

Marta Suplicy desiste de PLC 122

Itamar respira com a ajuda de aparelhos e seu estado é grave, dizem médicos

STF aceita denúncia contra senador tucano por fraude de R$ 6 milhões

Jornalistas sem aumento

Violência policial: advogado de vítima de racismo é ameaçado de morte

Charge online - Bessinha - # 679

Arruda pagou R$ 9 milhões indevidos para jogo da CBF. E Aécio? Pagou quanto?

"Crack, nem pensar": Isto é uma campanha educativa ou um filme de terror?

Os refúgios fiscais como ameaça à democracia

Uma boa pergunta

Dilma queria agora cláusulas sobre qualidade mínima no serviço de banda larga, mas…

E o futuro foi soterrado em uma obra em São Paulo

Para entender Stalin e o “stalinismo”

Violência contra homossexuais

CADE analisa fusão entre Sadia e Rogério Ceni

Yeda pode assumir comando técnico do Grêmio

Kátia Abreu e a obsessão pela presidência

WikiLeaks: Hélio Costa garantiu adoção de padrão dos EUA de rádio digital como “consolação“

Justiça condena Veja por associar islâmicos com terrorismo

Sob risco de se desnacionalizarem, mineiros de Governador Valadares pedem US$ 3.9 bilhões ao BNDES

Casino contra-ataca e compra US$ 1 bi em ações do Pão de Açucar

O passo mais significativo da nacionalização do vestibular

Professor no Maranhão é acusado de racismo contra africano

Charge online - Bessinha - # 678

Kassab segue modelo de Serra e faz distribuição de renda em São Paulo

TJ-RJ não acolhe ação da Rede Globo que queria censurar programa da Record

Paulo Vannuchi comenta a fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour

Dinamarca - ainda chegaremos lá!

Encerre sua conta no UOL hoje mesmo

FHC volta a dizer que assinou sem ler decreto de sigilo eterno

A nova orquestra do maestro Minczuk

Brasil alugará Alemanha para a Copa do Mundo

Ao embaixador, Lampreia disse que Celso Amorim “odeia americanos”

Operação da PF em Minas prende parente de Aécio

Da polêmica é que sai a luz

A greve de professores em Santa Catarina

PNBL: Acordo do governo com teles saiu “após governo abrir mão da exigência de metas de qualidade” WTF?!?!

A Universidade e as leis para a comunicação

O crime de apologia como instrumento de censura

O choro do Paulinho…

O que acha de ter um orgasmo a cada 30 minutos?

Colombia: no habrá sexo en un pueblo si no terminan una ruta

"Reinaldo Azevedo e Diego Mainardi são gays e amantes"

Cocaína-Cola

Hacker e Folha violaram e-mails da Dilma durante a campanha de 2010

Myriam Réus - por Celso André

Charge online - Bessinha - # 677

Myrian Rios, Sua Mula!

O vento minuano e o mercado do frio no RS

Charge online - Bessinha - # 676

BNDES financia fusão de Bolsonaro com Myrian Rios

Olimpíadas de inverno: São José dos Ausentes é candidata

STJ nega pedido da Folha contra Secom

A Grécia pode sobreviver? A União Europeia pode sobreviver?

Como se manipula uma noticia

Decreto da presidenta Dilma amplia acesso à saúde com novo modelo de gestão do SUS

Wikileaks: Serra pediu ajuda dos EUA contra o PCC quando era governador

Evolução das mídias sociais em infográfico

O que terão a dizer os inúmeros padres pedófilos da Igreja Católica sobre as declarações de Myrian Rios?

A verdade sobre os “piratas” da Somália

Aberta a CPI do Ecad

Lição de economia: custo nada tem a ver com preço.

A República e os mandamentos do dia

Intelectual marxista, um dirigente revolucionário

Graziano venceu 'golpes baixos' do candidato espanhol, diz Itamaraty

Serra e Barjas Negri devem explicações

Olívio Dutra, o anti-Palocci

Charge online - Bessinha - # 675

Novo campo no pré-sal. E por que a pressa em licitar?

Angola notifica Igreja Mundial por envio ilegal de dinheiro ao Brasil

O pedido de desculpas de Myrian Rios

Cadeia de erros

O que você não leu na mídia sobre Paulo Renato (1945-2011)

Ações libertam 66 de situação de escravidão no Pará e no Acre

Charge do Scabini

Kassab mente sobre seu salário de R$ 20 mil

Sescsp.org.vandalismo.br

Abílio é barrado na sede do Casino, em Paris

Os meninos que ‘fisgam’ barcos vão continuar assim?

#meganao #AI5digital

Com pneumonia grave, Itamar é internado na UTI

Myrian Rios e sua visão de dupla moral sobre a pedofilia

Charlie terá fim trágico em Two and a Half Man

Primeiro casamento gay: a sentença

Demorou: UOL descobre que “custo Brasil” é o lucro.

Suplicy se lança a prefeito e pede prévias. Sem Lula

A dificuldade de discutir temas nacionais

Quanto mais se fuma, maiores são os estragos

Nova propaganda do Subway - Estrelando: Rogério Ceni

Quase 1 em cada 5 domésticas tem empregadas na própria casa

A Revolução das mídias sociais no primeiro semestre de 2011

Por que não fazer de Lula um grande embaixador?

Segurança demo-tucana em Santa Catarina

O "Direito Penal do Amigo do Poder"

Gramadenses comemoram inverno de verdade

O combate à fome

Sérgio Cabral governa estado emprestado por Eike Batista

O jornalismo diante das novas mídias

Notícias do "outro time"

Charge online - Bessinha - # 674

Área Industrial de Guaíba sai do papel

O absurdo caso de racismo e antissemitismo no curso de História da UFRGS

O brasileiro, enfim, sem medo de ser feliz

Um certo Ênio; um Ênio certo! - II

Paulistas comemoram novas tarifas de pedágio

AI-5 Digital volta à pauta

Plano que amplia área agrícola peruana começa a sair do papel

A última exilada

Seminário "Governos de esquerda e progressistas na América Latina e no Caribe

Interior paulista será desafio do PT em 2012

Ministério Público do Maranhão: à imagem e semelhança de Sarney?

Charge online - Bessinha - # 673

Carta aberta para Myrian “Anencéfala” Rios, deputada LGTB-fóbica do PDT-RJ

Assembleia Marxista-Leninista do Reino de Deus

Charge online - Bessinha - # 672

Bispo de Guarulhos vomita machismo

O que as teles não fazem, é a lan house que faz

É inevitável que algum país deixe a Zona do Euro, diz Soros

Eleição de Graziano da Silva reflete reconhecimento das transformações do país

Índio da Costa para vice de Aécio

Um domingo mais alegre na TV

Uma crônica sobre lembranças de uma surra e sua relação com o Direito

Rejuvenescer o PT

O Vírus da Fé 5

Quem ainda paga provedor para banda-larga, à toa?

Zé Dirceu no 2º BlogProg

Neva em três cidades da Serra Catarinense

Parada Gay: estima-se em 4 milhões o número de participantes

Aécim: Não vai nada bem

Todas as brigas de Kassab

Imprensa blinda relações de Aécio Neves com dono da empreiteira Delta

O Itamaraty na época da ditadura

A revolução política no nordeste

István Mészáros: as contradições dos nossos tempos

O novo ciclo da blogosfera

Os Descaminhos da Reforma Política

Novo movimento no Brasil

Comparações

Charge online - Bessinha - # 671

Tufvesson revoltado com declaração de Myrian Rios

Myriam Rios rainha 3i: ignorância, imbecilidade e intolerância

PSDB quer trocar de símbolo: tucano deverá ser substituído por touro

Nota de pesar pelo falecimento de Paulo Renato Souza

Os “hackers cheirosos”

Convocação de Zé Dirceu aos blogueiros

Irmã de Lula é sepultada em São Bernardo

Evento midiático

José Graziano da Silva é o novo diretor geral da FAO

O bondinho é para ser alegria, não um risco

Marina Silva deve anunciar saída do PV na terça-feira

Infarto mata tucano Paulo Renato

Michael Jackson

Documentário - Cortina de Fumaça

Não há 'nenhuma hipótese' de Lula voltar em 2014, diz Gilberto Carvalho

RR Soares em uma sinuca de bico...

O Partido Nazista e o Brasil

Bill Haley

Nossos comerciais, por favor!

Quem disse que margarina não é saudável?

INSS encontra índia de 120 anos no Acre que seria a mulher mais velha do mundo

Manipulação do PIG é notória

Feliz com o celular da BrOi? Espere pela banda larga

O governo e os limites da banda larga

Depoimento de Raul Pont

A falsa paternidade de FHC

Charge online - Bessinha - # 670

O Vírus da Fé 4

A Cabana do Pai de Tomás

Hackers invadem guarda-roupa de Faustão

Jesus quita dívida de R$ 18 mil

Lauro Jardim recua

Nota oficial da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann

Charge online - Bessinha - # 669

Colégios autoritários

A Arte da Traição

Erros da imprensa no caso PC Farias

Arturo Toscanini

O Vírus da Fé 3

Foi queima de arquivo

Los Nadies / Os Ninguéns

Columbo morreu!

Charge online - Bessinha - # 668

Cabral, seu secretário de Saúde e prefeito do Rio são alvos de suspeitas por desvio de recursos

Fogo Amigo!

FHC convida ministros do STF para um luau

Encontro de Blogueiros visto da Europa

Política africana do governo Lula

Maria Frô

Jornal paulista provoca o Corinthians

José Dirceu - 2º BlogProg

Dep. Emiliano José - 2º BlogProg

Dep. Paulo Teixeira - 2º BlogProg

SC: Educação demotucana: do discurso à prática

“A geopolítica angloamericana”

@LulzSecBrazil o "cracker" desmascarado #PigLeaks

Charge online - Bessinha - # 667

Tiririca dá aula para o tucano paranaense Beto Richa

Por um Rio Grande do Sul sem miséria

Poder e Luta de Classes

Poder e Luta de Classes

quilombo brasil

Prezados (as) Senhores (as)

Entre os dias 19 a 21 de Novembro do corrente o Movimento Hip Hop Militante “Quilombo Brasil” estará realizando o I Encontro Nacional de Entidades de Hip Hop Militante na cidade de São Luís no Maranhão. A organização desse evento está sob a responsabilidade do Movimento Hip Hop Organizado do Maranhão “Quilombo Urbano” entidade esta filiada ao MHM Quilombo Brasil e que esse ano está completando vinte anos de existência. Esse encontro consta de seminários, debates, reunião de GT´s além da realização da 4ª Marcha da Periferia que esse ano traz como tema “Pelo Fim da Guerra Interna na Periferia” e o 20º Festival de Hip Hop que representará um momento de confraternização entre as entidades de Hip Hop presente ao evento e entre a juventude das periferias (ver projeto em anexo). Um encontro com essas características é muito raro em nosso país, tendo em vista que seus participantes e organizadores são, em sua grande maioria, indivíduos moradores de bairros de periferia que padece tanto por falta de políticas públicas como pela ausência de intelectuais coletivos, ou seja, de movimentos sociais ou culturais combativos e de crítica global do modelo capitalista de organização da sociedade, da mesma forma que pertencem, majoritariamente, ao setor mais penalizado pelas políticas neoliberais em nosso país que são os negros e as negras. Neste sentido estamos convidando esta organização ou grupo de hip hop para está conosco nesse grande encontro que pretende ser um marco histórico para a juventude das periferias de todo o Brasi.

O mundo misterioso

O mistério do mundo,
O íntimo, horroroso, desolado,
Verdadeiro mistério da existência,
Consiste em haver esse mistério.
...

Não é a dor de já não poder crer
Que m’oprime, nem a de não saber,
Mas apenas completamente o horror
De ter visto o mistério frente a frente,
De tê-lo visto e compreendido em toda
A sua infinidade de mistério.
...

Quanto mais fundamente penso, mais
Profundamente me descompreendo.
O saber é a inconsciência de ignorar...

Só a inocência e a ignorância são
Felizes, mas não o sabem. São-no ou não?
Que é ser sem o saber? Ser, como a pedra,
Um lugar, nada mais.
...

Quanto mais claro
Vejo em mim, mais escuro é o que vejo.
Quanto mais compreendo
Menos me sinto compreendido. Ó horror
paradoxal deste pensar...
...

Alegres camponesas, raparigas alegres e ditosas,
Como me amarga n’alma essa alegria!

Hip Hop para principiantes



Afrika Bambaataa (esquerda) e Kool Herc, pioneiros do hip-hop, no lançamento de “Hip-Hop Won’ Stop: The Beat, The Rhymes, The Life”, pela Smithsonian Institution, em 2006

Via e-mail, o auditor fiscal José Fernando Menezes, atualmente morando em Salvador (BA), relembra algumas de nossas presepadas durante as famosas "brincadeiras" na Cachoeirinha e aproveita para fazer uma provocação:

Mas meu caro Simon People, o hip hop está fazendo trinta anos e você ainda não deu uma notinha a respeito... Será que vosmicê resolveu renegar nossas origens black? As histórias, causos, chistes, whatever, estão muito legais, mas estou sentindo falta de novos textos sobre música negra da velha guarda. Quebra essa castanha, rapá!

Devagar com as fitinhas de Nosso Senhor do Bonfim, Zé Fernando, porque quem está completando 30 anos é um disco 12 polegadas que mudou o mundo da música – e não o hip hop.

A bolachinha em questão é Rapper’s Delight, uma música de 15 minutos do Sugarhill Gang. Aliás, ela não foi a primeira faixa do hip hop em vinil como muitos acreditam (o posto é de King Tim III, do Fatback Band).

No entanto, foi definitivamente o disco que fez o hip hop crescer, o trampolim para o sucesso de muitos garotos que nunca acharam que conseguiriam antes.

Baseada em outro clássico - Good Times, do Chic (o instrumental foi tocado de novo por outra banda, Positive Force, e, pelo menos oficialmente, nenhum sample da original foi usado) - consiste em três caras tagarelando sem parar (no Brasil saiu com o apelido Melô do Tagarela) sobre festas, carros, mulheres, hotéis, motéis. Pura diversão. Nem todo mundo estava feliz, no entanto.

Sylvia Robinson era uma dona de selo que chamou três caras sem ligação profissional com o mundo do hip hop - Big Bank Hank, Wonder Mike and Master Gee - para gravar a faixa. Quem estava na cena desde o começo de tudo ficou puto - como três fanfarrões estão vendendo milhares de discos?


Alguns ainda dizem que foi o dia em que o hip hop morreu, e que Rapper’s Delight sequer tinha alguma das principais características do chamado verdadeiro hip hop: “nenhum DJ fazendo a base para as rimas, nem rivalidade ou competição com outros grupos, nem perspectiva de shows ou plateias para entreter. (...) Levaram o hip hop das ruas pro mainstream, do palco pro estúdio, do centrado no público pro centrado no rapper, do ativo pro passivo” (verbete do Urban Dictionary).

Dizem também que um dos membros do Sugarhill Gang roubou versos de um dos rappers do Cold Crush Brothers para a faixa, e que o cara não ganhou nem grana nem créditos.

A questão é: certa ou errada, boa ou ruim, não fosse Rapper’s Delight e talvez não tivéssemos muito do que temos hoje na cultura do DJ, musicalmente ou tecnicamente.

Segundo: se os caras que estavam lutando antes achassem que eles mereciam a oportunidade, deveriam ter pensado comercialmente antes e tentado lançar em vinil, mas nenhum acreditou que isso poderia dar certo, pelo menos até esse disco ter sido lançado.

Aliás, a maioria deles teve sua fatia do bolo mais tarde, e como sabiamente disse Grandmaster Flash no livro “Last Night A DJ Saved My Life”, de Bill Brewster and Frank Broughton: “Fiquei tipo... ‘Droga, eu poderia ter sido o primeiro.’ Não sabia que a arma estava carregada assim. Estourou. Foi um enorme sucesso pra eles (...) Tudo bem, porque a gente viria depois... A gente tinha talento, eles não”. Alguém se atreve a discordar?

Mas mudando de chinelo pra tamanco, o movimento hip hop - historicamente - acaba de completar 35 anos agora em novembro. Esta história está devidamente destrinchada no meu livro “Funk – A música que bate”, lançado em 2002, que teve suas duas edições esgotadas aqui na taba e se transformou em bíblia sagrada dos moleques da periferia de Manaus.

Bom, mas como estou com preguiça de procurar o texto original para postar aqui no mocó, limito-me a transcrever uma saborosa reportagem do Israel do Vale, intitulado “Yo!” (a mais conhecida saudação do mundo black), publicado em janeiro de 2005, na revista Superinteressante, que praticamente esgota o assunto:


O hip hop não cabe em si. Das trilhas de novela ao top ten das rádios, das paradas de videoclipe às campainhas de celular, das principais premiações musicais a anúncios de marcas de cerveja ou de tênis, ele extrapola, dia após dia, a imagem desgastada de cultura de gueto e se torna figurinha fácil, onipresente, sutil ou abertamente.

Astros como Eminem cobram cachês na casa do milhão de dólares por um show. De acordo com a revista Rolling Stone, em 2003, ano em que não teve disco lançado, ele embolsou cerca de 20 milhões de dólares com turnês, discos anteriores, merchandising, entre outros meios – quantia que chega a quase um quarto dos 84,1 milhões de dólares faturados pelos Rolling Stones no mesmo ano.

Um dos mais vistosos fenômenos do rap feito por branquelos, Eminem enfileira controvérsias em sua carreira, com peripécias que incluem um processo aberto pela própria mãe contra ele e brigas públicas com gente como Michael Jackson.

Velho truque da indústria pop, a pose de menino mau ajudou seu disco mais recente, Encore (lançado em 2004), a superar, em dois dias, o que Britney Spears havia vendido em uma semana, na Inglaterra. Placar: 122 459 cópias para o bad boy e 115 341 para Britney.

Eminem é um sintoma da escalada do rap no mundo do consumo, como ilustra a guerra dos tênis. Gigantes como Nike, Adidas e Reebok travam batalhas inclementes usando popstars do rap no pelotão de frente das campanhas publicitárias. Há dois anos, por exemplo, a Reebok ganhou fôlego com a contratação de Jay-Z.

Pela primeira vez a campanha de uma coleção de tênis teve um rapper como protagonista. Conjugada a uma investida no mercado asiático, a ação ajudou a catapultar o faturamento da empresa para 3,5 bilhões de dólares em 2003, 11% a mais que em 2002.

E consolidou o espaço dos rappers com uma parceria com o fenômeno 50 Cent – que contabiliza 12 milhões de cópias de seu primeiro disco – para a linha de footwear G-Unit Collection by Rbk.


Ninguém tem dialogado nesse universo como Jay-Z. No Natal de 2003, o rapper ganhou uma edição especial do modelo 3300 do celular Nokia. Batizado de Black Phone, o aparelho chegou às lojas com faixas de seu Black Album, além de papéis-de-parede para o visor do telefone com sua imagem e mensagens com sua assinatura.

A publicidade é a ponta reluzente desse iceberg chamado hip hop. A expansão dos diferentes elementos que compõem a cultura de rua pela moda e o comportamento grita aos olhos num momento em que o rap é, nos Estados Unidos, a bola da vez da indústria da música – uma das armas de marketing mais eficientes de todos os tempos.

De acordo com estimativa da Riaa, a associação da indústria fonográfica americana, o rap perde apenas para o rock (que fatura 3 bilhões de dólares) e faz circular cerca de 1,5 bilhão de dólares por ano nos Estados Unidos – e isso apenas com a venda de discos.

A disseminação da cultura de rua vai muito além disso. O estilo largado das roupas, o jeito alargado de andar e gesticular, a cadência canto-falada das músicas, o tom reivindicativo das letras, o apelo social consciente, isso tudo transborda de um canto a outro, contamina aqui (na dança, nas artes visuais, no audiovisual) e influencia acolá (no trabalho das ONGs, no modelo pedagógico das escolas), até mesmo em círculos que sequer sabem o que diferencia hip hop de rap.

Conhecimento

O DJ Afrika Bambaataa e o videomaker Bob Bryan, durante um agito em Los Angeles

E o que distingue um do outro, afinal? Bem, o rap (junção das iniciais de rhythm and poetry, ou música e poesia) é a faceta musical do hip hop. E só. Parece óbvio, mas muita gente que ouve rap diz por aí que adora dançar hip hop. E não tem como. O rap é apenas um dedo entre os cinco da mão que balança o berço do hip hop.

É verdade que quando o berço foi construído falava-se em quatro dedos – ou, na linguagem do movimento, quatro elementos: DJ (responsável pelas bases da música) + MC (quem rima), o dedo musical, break, o dedo corporal, e grafite, o dedo visual.

Mas eis que, nos anos 80, o homem que deu sentido ao termo hip hop achou por bem ampliar o cardápio, enxertando um item novo que unifica todos os demais: o conhecimento.

Esse homem é Afrika Bambaataa, um dos nomes fundamentais no nascimento e, principalmente, na conceituação do hip hop. Ele, porém, não passaria no teste de paternidade do termo.

Criada por Lovebug Starski, a expressão hip hop (ao pé da letra, balançar os quadris) surgiu a reboque do jogo de palavras típico do rap. Era, à época, uma espécie de lema gritado ao microfone para inflamar a pista durante as festas.

Parece que foi ontem, mas o fenômeno acaba de completar 30 anos de idade, comemorados em Nova York, o grande pátio de escola em que os conceitos e a prática do movimento foram exercitados.

O marco simbólico, 12 de novembro de 1974, é a data do primeiro aniversário de fundação da Universal Zulu Nation, a organização criada por Bambaataa para disseminar o receituário mundo afora.


Desde que ele e seu colega Grandmaster Flash popularizaram o modelo de festa de rua que o jamaicano Kool Herc levou aos subúrbios nova-iorquinos em fins dos anos 60 e resolveram usá-lo para mediar os conflitos de gangues no bairro do Bronx (propondo que as disputas fossem resolvidas em combates de dança), nem as rixas nos guetos nem a música foram os mesmos.

Com o passar do tempo, alguns artistas saídos de gangues enveredaram pelo chamado gangsta, o estilo barra-pesada que começava em tiroteio verbal e muitas vezes ia para as vias de fato. E pelo menos dois nomes importantes morreram em decorrência disso na década de 1990: Notorius B.I.G e Tupac Shakur.

O tom dominante no rap nacional, no entanto, é o avesso do gangsta ou de sua face mais comercial, o “rap luxúria” que se vê em boa parte dos clipes americanos. Em vez da ostentação (carrões, correntes de ouro, mulheres mil), o foco é o da reivindicação de direitos e da denúncia social.

“É um discurso político da maior importância”, diz o produtor André Midani, ex-diretor da gravadora Philips e nome fundamental da indústria musical no país.

Talvez o melhor termômetro do alastramento do hip hop pelo Brasil seja a televisão. Artistas como o rapper carioca MV Bill, crítico ferrenho do abismo social, ou a dupla Helião e Negra Li, militantes do rap paulista engajado, ganharam visibilidade em programas como o Faustão.

“Um dos mais importantes artistas do rap nacional”, como disse o apresentador, Bill ficou no ar durante 40 minutos. “Nunca vi uma jovem liderança tanto tempo ao vivo na tevê, num programa que fala para 70 milhões de pessoas”, diz o antropólogo Hermano Vianna.

DJs e trancinhas

O legendário DJ e ícone do hip hop Grandmaster Flash divulgando seu primeiro álbum inédito nos últimos 20 anos, “The Bridge: Concept Of A Culture”, em fevereiro deste ano

Marco Aurélio Paz Tella, doutorando em antropologia pela PUC-SP, defendeu em sua dissertação de mestrado que a fase em que o rap era consumido apenas pela periferia – para a qual serve de voz – é parte do passado.

“De alguns anos para cá, os principais DJs de rap tocam nas casas noturnas de bairros nobres paulistanos como os Jardins, Vila Madalena e Vila Olímpia porque tem gente com dinheiro que consome rap”, afirma Marco.

A linguagem do hip hop transbordou para outros segmentos da música, do rock ao eletrônico. “O hip hop cria a cultura de DJs. A figura do DJ como entendemos hoje é oriunda do Kool Herc, do Grandmaster Flash, do Bambaataa, que desenvolveram a idéia de criar música a partir de dois toca-discos”, diz Eugenio Lima, DJ da Soulfamily e diretor do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, com trabalho voltado para o que chama de teatro hip hop – um cruzamento da pesquisa teatral brechtiana com os elementos da cultura de rua.

O uso de trancinhas coladas ao couro cabeludo mostra que as influências do estilo hip hop vão dos pés à cabeça. Característica dos astros do rap e do basquete americano, elas disseminaram-se no Brasil para além do circuito de iniciados. O estilo já extrapolou os limites raciais.

“Faço trança em japonês, loira, branco de cabelo liso, gente de qualquer tipo e de todas as raças”, diz Fátima Aparecida de Abreu, cabeleireira do salão e loja de roupas 4P, dos rappers KLJ (DJ dos Racionais MCs) e Xis. Com 20 anos de atividade na área, Fátima contabiliza hoje oito homens entre cada dez clientes que fazem trança.

A 4P, também um selo musical, funciona na meca da black music paulistana, a Galeria 24 de Maio, conhecida como Galeria do Rock, mas cada vez mais chamada de Galeria do Rap.


Síndico do prédio e comerciante no local há 30 anos, Antonio de Souza Neto, o Toninho da Galeria, afirma que foi ali que a cultura de rua tomou corpo em São Paulo.

“O pessoal se encontrava aqui e ia para o largo São Bento”, diz, em referência ao local onde as rodas de break ganharam popularidade, nos anos 80, depois do período embrionário na própria 24 de Maio.

“O hip hop saiu daqui, foi pra periferia e tomou o asfalto”, afirma. Toninho vê o movimento como “possibilidade de revolução cultural no país”. Na sua leitura, o rock tornou-se “pequeno em relação ao hip hop”.

Se o dedo musical amplia cada vez mais as suas influências, dança e artes visuais não ficam atrás. Fundador e coreógrafo da companhia mineira SeráQuê?, o dançarino Rui Moreira formou-se entre aulas de dança moderna e os bailes black de São Paulo e vê com interesse a absorção da dança de rua pela dança moderna e contemporânea.

Segundo ele, o gestual da rua se incorporou à dança no fim dos anos 60 a partir de coreógrafos americanos como Alvin Ailey. E, na década seguinte, houve um reflexo no trabalho de criação do Grupo Corpo, assim como no do Ballet Stagium, que incorporaram o que na época era chamado de jazz de rua.

“No cenário contemporâneo, os bailarinos buscam cada vez mais o diálogo gestual com os b-boys, como forma de ampliar as possibilidades de uso dos planos espaciais”, diz Rui.

Sinônimo de dançarino de break, o b-boy dá mortais, gira e rodopia dentro de parâmetros do vocabulário da dança de rua. Assim é também com os outros dois estilos principais da dança hip hop: o locking (movimentos que imitam um robô) e o popping (influenciado pelos passos do funk), um sistema de códigos corporais que se reproduz por todo o mundo.

“Cada um se destaca no seu estilo, como no futebol”, afirma Nelson Triunfo, mestre na dança de rua e pioneiro das jornadas empreendidas pelos b-boys nos calçadões do centro velho paulistano desde 1984.

Depois da grande visibilidade dos anos 80, oferecida pelos concursos em programas de auditório como o de Barros de Alencar ou por participações em humorísticos como Os Trapalhões, a dança de rua já não desperta o mesmo interesse na mídia, mas deixou como resíduo a incorporação, até hoje, de cursos de break em academias de dança voltadas para a classe média.

A vez do grafite


O vocabulário visual do hip hop também demarca seu espaço em outros territórios. Muito além das frases de protesto e das guerras de ego de adolescentes que carimbam com spray os muros, pontes e edifícios das cidades, a pichação e o grafite ganham respeito, deixam de ser vistos como “caso de polícia” e contaminam outras linguagens, como o design gráfico e a publicidade.

O esforço de compreensão do abecedário dos pichadores e das crônicas visuais dos grafiteiros rende estudos acadêmicos e projetos vinculados ao poder público, como é o caso do Guernica, focado em oficinas de arte, mantido pela Prefeitura de Belo Horizonte desde 1999.

“A pichação é uma escrita aparentemente sem memória e conteúdo, mas temos de aprender a ler essa escrita porque os jovens estão querendo dizer alguma coisa”, disse o prefeito Célio de Castro à época.

Desde então, o estigma deu lugar a aulas, ministradas por alguns dos “fora-da-lei”, e a prática dos murais públicos grafitados ganhou reconhecimento entre a população e as empresas – gerando parcerias que já resultaram em curtas-metragens ou em balões dirigíveis e totens estampados com a linguagem do grafite.

O hip hop atualizou, em versão urbana, uma prática secular. “O grafite existe há, no mínimo, 30 mil anos”, afirma Pedro Portella, autor do ensaio “Memórias Escritas da Cidade Inscrita”.

De acordo com ele, os aborígenes australianos sopram pigmento para contornar suas mãos nas grutas até hoje, como ocorreu em Lascaux, na França, e em algumas grutas da Patagônia.

“Eles dizem que muitas vezes fazem isso para expressar uma demanda, um impulso de criação, e não para assinar a parede da gruta, como pensavam muitos arqueólogos”, diz Pedro.

O trânsito do grafite pelo circuito de museus e galerias tem pelo menos duas décadas. O interesse pela linguagem das diferentes formas de intervenção visual que se multiplicaram pelas cidades alcançou seu ápice nos anos 80, nos Estados Unidos.

Bajulados por revistas como a respeitada Artforum, artistas surgidos nas ruas e estações de metrô, como Jean-Michel Basquiat e Keith Haring, ganharam notoriedade e foram rapidamente integrados ao circuito de marchands e galeristas. Não demorou para que a indústria cultural tomasse os signos e ferramentas da arte de rua para si.


Para o designer gráfico Rico Lins, que já fez trabalhos para a Time e a Newsweek, o uso dessa linguagem é bastante perceptível, “especialmente quando (o produto) é direcionado ao público jovem, na propaganda, em capas de livro, CDs, camisetas etc.”.

Rico vê forte ascendência da cultura urbana em geral – e do hip hop em particular – sobre seu estilo. “As pichações e grafites estão presentes em trabalhos que eu faço.”

Essa intersecção entre áreas levou a uma mutação no jeito de se fazer grafite. Se de um lado a origem “artesanal” e única da inscrição no muro proliferou e perpetuou-se, de outro as possibilidades técnicas de manipulação e circulação da imagem abriram novas frentes.

Conhecida como stencil art, a técnica de criar uma “fôrma” sobre a qual o spray era aplicado, muito usada na década de 1980, desembocou nos stickers, adesivos desenvolvidos muitas vezes em computador, com imagens e/ou mensagens, encontráveis em postes, latas de lixo e telefones públicos de centros urbanos.

A idéia? Disseminar o dedo visual do hip hop. Mas, também, estampar, com um grafismo peculiar e para todo mundo ver, que o hip hop ultrapassou qualquer gueto. Como se diz na quebrada: tá tudo dominado.

Roupas e acessórios


A popularização da moda de rua, a chamada street wear, feita de roupas tão grandes quanto as letras do rap, é o aspecto mais visível do impacto do hip hop. Basta contabilizar a lista de pesos pesados que têm suas próprias grifes.

Eminem é dono da Shady, 50 Cent sócio da G-Unit, e Andre 3000, do Outkast, lançou a Designs by Benjamin Andre. Eles seguem a trilha de rappers como Jay-Z, proprietário da Rocawear, e de Chuck D, do Public Enemy, que, nos anos 90, estampou o próprio nome em diversos modelos de roupa.

No Brasil, grifes como a 4P, de KL Jay e Xis, e a Ice Blue, do MC de mesmo nome, dos Racionais, ocupam seu palmo de terra no latifúndio black das Grandes Galerias, no centro de São Paulo, melhor termômetro de música, moda e comportamento jovem do país.

Essa vitrine musical acomoda apenas no piso inferior 75 lojas de roupas, discos, acessórios, artigos para grafiteiros e cabeleireiros. Quase tudo em torno do universo hip hop. “Roupas largas viraram sinônimo de visual moderno”, afirma o antropólogo Hermano Vianna.

Nino Brown, entretanto, dançarino das antigas, defende que a roupa não faz o monge. “Essa coisa de que tem que vestir uma roupa para ser do movimento, essa coisa da moda... Quem faz a moda é a gente”, diz ele, que não se sente à vontade com as calças largas típicas dos rappers.

Hip hop e educação


Considerada a primeira pesquisa acadêmica sobre rap publicada no Brasil, o livro “Rap e Educação”, organizado por Elaine Nunes de Andrade e lançado em 1999, apresenta textos de 14 estudiosos do assunto.

Uma das autoras, a educadora Ione Jovino, mestranda pela Universidade Federal de São Carlos com o tema “Escola e Hip Hop para Alunos Negros de Ensino Médio em São Paulo”, entende que o rap é cada vez mais absorvido por classes variadas, em escolas de fora da periferia.

“Desenvolvi uma metodologia com a linguagem do rap para trabalhar literatura, com a finalidade de sensibilizar os professores para essa cultura”, diz ela.

A diretora e coordenadora do Programa de Educação da ONG Geledés, Cidinha da Silva, vê na valorização da escola uma das grandes contribuições do hip hop para a sociedade brasileira.

Segundo ela, a busca do conhecimento por parte da juventude negra é a diferença fundamental entre o hip hop brasileiro e o norte-americano.

“O hip hop americano desvaloriza a universidade”, afirma. “Para eles, ler é coisa de branco.” Aqui, de acordo com Cidinha, isso não acontece. “É uma grande novidade essa valorização vinda da periferia”, diz ela.

Referência na luta pelo direito à educação para os jovens de periferia, o rapper Preto Ghóez, morto em acidente de carro em setembro passado, defendia o diálogo entre o hip hop e o poder público.

Da iniciativa do MC do grupo maranhense Clãnordestino surgiu o projeto de implantação de bibliotecas Fome de Livro na Quebrada – Preto Ghóez, já funcionando em oito capitais brasileiras.

Street dance


A dança contemporânea fala, cada dia mais, a língua da rua. Companhias como a hispano-francesa Montalvo-Hervieu construíram sua boa reputação com a mistura de sotaques e dançarinos de origens variadas – entre elas, da street dance.

Caminho semelhante é seguido no Brasil pela mineira SeráQuê?, do coreógrafo Rui Moreira, nome de primeira grandeza no elenco do Grupo Corpo nos anos 90.

“Comecei a dançar na rua, em rodas de break com os amigos”, conta o bailarino francês Rachid Ouramdane, que posteriormente se formou pelo Centre National de la Danse.

Focado na dança contemporânea, Ouramdane enverga no currículo dobradinhas com criadores de peso como a coreógrafa norte-americana Meg Stuart.

A adoção do hip hop pelo circuito tradicional de dança se expandiu no Brasil há pouco mais de dez anos com a criação da modalidade Dança de Rua em eventos como o Festival de Dança do Triângulo Mineiro e o Festival de Joinville.

“Em pouco tempo ela se espalhou por todo o Brasil”, afirma Fernando Narduchi, diretor da Cia. de Dança Balé de Rua, uma das mais respeitadas no segmento país afora.

Originário da cidade mineira de Uberlândia, o grupo é composto apenas por dançarinos autodidatas, formados pela escola pública das praças e calçadas.

No início deste ano, apresentou-se no festival francês Suresnes Cité Danse, um dos mais ativos na aproximação da dança contemporânea com o hip hop. Para Fernando, o break está se tornando uma área de especialização na dança, com códigos tão específicos quanto os do balé clássico.

O código da tribo


Gíria não tem certidão de nascimento nem endereço fixo. Os “manos” do rap que o digam. O que se supõe é que mano seja uma derivação de hermano, “irmão” em espanhol, que, por sua vez, remete a brother, termo usado com frequência pela música negra norte-americana desde a soul music, nos anos 60. Mas mano, hoje, é água corrente na boca de tribos variadas, de origem e condição social idem.

Para a professora de língua portuguesa Elaine Ferreira dos Santos, que defendeu em 2003 uma tese de mestrado sobre o discurso dos rappers, “a gíria tanto pode ser um instrumento de defesa da população marginal como uma manifestação de agressividade da juventude, um reflexo do conflito de gerações”.

Sua pesquisa começou com a percepção do uso de gírias em sala de aula. “Só depois é que fui identificar que isso vinha das letras de rap”, diz.

O estudo enfocou alunos da classe média de 16 a 17 anos. “Eles usam muito ‘mano’ e se cumprimentam com o aperto de mão característico dos rappers”, afirma a professora, em referência ao movimento de ir e vir com a mão sem apertá-la, puxando de leve os dedos e batendo os punhos fechados na altura do peito.

Funk Buia, MC do grupo paulista de rap Z’África Brasil e morador de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, acredita que há gírias “bairristas”, de sentido local, que soam estranhas quando faladas por modismo em qualquer lugar. Para ele, o pára-quedista de gíria acaba se denunciando: “Quando determinada expressão não faz parte da pessoa, dá para perceber que ela não é do movimento”.

Veja algumas das gírias:

Crocodilagem: traição
Entrar numas: se meter em confusão
Firmeza: tudo certo
Fita de mil grau: história muito bacana
Ganso: traidor, dedo-duro
Quebrada: bairro
Sangue-bom: camarada, boa gente
Treta: briga
Truta: amigo
Vacilo: erro, pisada na bola

Linha de tempo na conexão South Bronx-Brasil


Run-DMC no American Music Awards, nos anos 80. Da esquerda para a direita, Joe Simmons (Run), Jason Mizell (Jam Master Jay, 1965-2002) e Darryl McDaniels (DMC)

1969 – O DJ Kool Herc, jamaicano criado no Bronx, introduz nos EUA as disco mobiles, equipamentos móveis de som populares na Jamaica. Esse é também o ano do surgimento das gangues de break, promotoras de batalhas de dança em lugar das brigas entre rivais.

1972 – Kool Herc realiza a primeira block party, festa de rua que conjugaria os diferentes elementos do hip hop. No ano seguinte, Afrika Bambaataa funda a Universal Zulu Nation, base para a escolha do dia 20 de novembro de 1974 como dia oficial de nascimento do hip hop.

1978 – Fundação da Funk & Cia., a pioneira posse de break do ex-agricultor pernambucano Nelson Triunfo (ainda hoje na ativa) e de Nino Brown, entronizado por Bambaataa como King Zulu, o representante oficial brasileiro da Universal Zulu Nation.

1979 – O grupo norte-americano Sugar Hill Gang lança o primeiro disco de rap, com o sucesso “Rapper’s Delight”. Um ano mais tarde, Miéle grava “Melô do Tagarela”, versão em português que entraria para a história como o primeiro registro de um rap no país.

1982 – Bambaataa se populariza como artista solo e o rap de cunho social se consagra com o álbum The Message, de Grandmaster Flash and the Furious Five. As gangues de break começam a se reunir periodicamente na rua 24 de Maio, no centro de São Paulo.

1983 – Michael Jackson lança o álbum Thriller, fonte musical para coreografias apoiadas no moonwalk, o passo arrastado que ajudaria a popularizar o break e daria origem a concursos de dança em programas de auditório da TV brasileira como o de Barros de Alencar.

1986 – Public Enemy lança seu primeiro álbum, Yo! Bum Rush The Show, e se torna um dos grupos mais influentes do período. A dupla de rappers Run DMC lança o LP Raising Hell, que vende 2 milhões de cópias, um marco para a época.

1988 – Lançamento da coletânea Hip Hop - Cultura de Rua (selo Eldorado), primeiro vinil brasileiro de rap, com nomes como o dos pioneiros Thaíde & DJ Hum. Chega ao mercado Consciência Black, disco inaugural do selo Zimbabwe, que lançaria mais tarde Racionais MCs.

1990 – Inspirados no Public Enemy, entre outros, os Racionais MCs lançam o primeiro disco, Holocausto Urbano, e sacodem a periferia paulistana.

1992 – Snoop Doggy Dogg, gangsta-rapper californiano, estréia em The Chronic, de Dr. Dre. No ano seguinte, lança Doggstyle, um dos álbuns mais vendidos da história do rap. Gabriel, o Pensador estoura com “Tô Feliz, Matei o Presidente”, com referências a Fernando Collor de Mello.

1994 – Tupac leva cinco tiros à queima-roupa em Nova York, mas sobrevive. O atentado é atribuído aos rappers Notorious B.I.G. e Puff Daddy. A guerra entre rappers das costas leste e oeste dos EUA culmina com o assassinato de Tupac, em 1996, e Notorius B.I.G., em 1997.

1998 – Lançamento de Sobrevivendo no Inferno, dos Racionais MCs, recorde de vendas do rap no Brasil, com 500 mil cópias oficiais. O rap americano vende 81 milhões de discos, superando todos os demais gêneros nos EUA no ano.

1999 – Fundação da Casa do Hip Hop de Diadema (SP), a primeira no gênero criada pelo poder público, em parceria com a Zulu Nation Brasil. lançamento do CD Traficando Informação, do carioca MV Bill. Lauryn Hill, ex-Fugees, recebe cinco prêmios Grammy por disco solo.

2000 – Eminem lança The Marshall Mathers e vende quase 2 milhões de cópias em uma semana. Mallokeragem Zona Leste (BMG), do Doctor’s MCs, é o primeiro disco de rap feito por uma multinacional no Brasil. O clipe “Isso Aqui É uma Guerra”, do grupo paulistano Facção Central, é censurado.

2002 – Lançamento do quinto disco dos Racionais MCs, Nada Como um Dia Após o Outro Dia. O rapper paulistano Xis participa do reality show “Casa dos Artistas”, no SBT. No ano seguinte, Sabotage, um dos grandes renovadores do rap nacional, é assassinado em São Paulo.

2004 – Expoentes do gangsta rap americano, Snoop Doggy Dogg e Ja Rule vêm ao Brasil para o megafestival “Hip Hop Manifesta”. O fenômeno americano 50 Cent faz show no estádio do Pacaembu. Marcelo D2 ganha três prêmios no Video Music Brasil da MTV

Para saber mais


Rap
O jamaicano Kool Herc é tido como o introdutor do conceito do rap nos EUA, a partir da transposição das disco mobiles (equipamentos de festas itinerantes) para o território americano. Afrika Bambaataa e Grandmaster Flash foram os grandes divulgadores do ritmo.

Na locadora:
Wild Style - Charlie Ahearn, EUA, 1982
Colors - As Cores da Violência – Dennis Hopper, EUA, 1987
Faça a Coisa Certa - Spike Lee, EUA, 1989
Aqui Favela, o Rap Representa - Junia Torres e Rodrigo Siqueira, Brasil, 2003

Na livraria:
Rap e Educação, Rap é Educação - Elaine Nunes de Andrade, Summus/ Selo Negro, Brasil, 1999
Ego Trip’s Book of Rap Lists - Sacha Jenkins et al, St. Martin's Press, EUA, 1999
The Vibe History of Hip Hop - Alan Light,Three Rivers Press, EUA, 1999
Funk: a música que bate – Simão Pessoa, Editora Valer, Brasil, 2000

Na internet:
Decifrando o DNA do Hip Hop - Parte 1 a 5
Decifrando o DNA do Hip Hop - parte 6 a 10
Decifrando o DNA do Hip Hop - Parte 11 a 15
www.bocadaforte.com.br
www.realhiphop.com.br
www.planet-hiphop.com
www.lehiphop.com

Break
A versão mais difundida afirma que o break foi uma resposta artística à enorme quantidade de soldados norte-americanos que voltavam mutilados da Guerra do Vietnã. Passos e gestos quebradiços fariam referência também à crescente robotização das linhas de montagem na indústria, que começara a gerar desemprego massivo.

Na locadora:
Warriors – Os Selvagens da Noite - Walter Hill, EUA, 1979
Flashdance – Em Ritmo de Embalo - Adrian Lyne, EUA, 1983
Beat Street - Stan Lathan, EUA, 1984

Na livraria:
Break Dancing - Terry Dunnahoo e Robert Sefcik, First Books, EUA, 1985
Breakdance: Hip Hop Handbook - Jairus Green, David Bramwell, Street Style, EUA, 2003

Na internet:
www.battleoftheyear.net
www.b-boys.com
www.batalhafinal.com.br

Grafite
Surge em fins dos anos 60, em Nova York, inicialmente como pichação. A disseminação de assinaturas – chamadas de tags – pelas paredes das cidades é atribuída a um americano de origem grega chamado Demetrius, conhecido pelo pseudônimo Taki 183.

Na locadora:
Style Wars - Tony Silver and Henry Chalfant, EUA, 1983
Through the Years of Hip Hop, Vol. 1 - Graffiti - EUA, 2001

Na livraria:
O que É Grafite? - Celso Gitahy, Brasiliense, Brasil, 1999
Graffiti World: Street Art from Five Continents - Nicholas Ganz, powerHouse, EUA, 2004
Street Logos - Tristan Manco, Thames & Hudson, Inglaterra, 2004

Na internet:
www.graffiti.org
www.at149st.com

Discos internacionais:

Rapper’s Delight, Sugarhill Gang, Sugarhill, 1979
Planet Rock, Afrika Bambaataa, Tommy Boy, 1982
It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back, Public Enemy, Def Jam, 1988
2Pacalypse Now, Tupac Shakur, Death Row/Interscope, 1991
Licensed to lll, Beastie Boys, Def Jam, 1986
3 Feet High and Rising, De La Soul, Tommy Boy, 1989
Quality Control, Jurassic 5, Interscope, 2000
The Marshall Mathers LP, Eminem, Interscope, 2000

Discos nacionais:

Hip Hop Cultura de Rua, Vários, Eldorado, 1988
Pergunte a Quem Entende, Thaíde e DJ Hum, Eldorado, 1989
O Som das Ruas, Vários, Chic Show, 1988
Sobrevivendo no Inferno, Racionais MCs, Cosa Nostra, 1997
Traficando Informação, MV Bill, Natasha Records, 2000
Rap é Compromisso, Sabotage, Cosa Nostra, 2001
Antigamente Quilombos, Hoje Periferia, Z’África Brasil, Paradoxx Music/Rapsoulfunk, 2002

HIP HOP V& SISTEMA É FALHO...CAPITALISMO

A pouca perspectiva de integração ao mercado de trabalho, o crescente desinteresse nos estudos e na instituição escolar, aliados ainda à descrença na imparcialidade e na infalibilidade da justiça, contribuíram para aumentar o flagelo social dos jovens periféricos. Com efeito, quando alguns dos pilares de inserção e sustentação dos jovens na vida social se enfraquecem, a sociedade torna-se também frágil, pois deixa de usufruir adequadamente da energia e da criatividade desse segmento, que, ao se sentir impedido de participar do jogo democrático, desloca suas expectativas para um circuito fechado, pouco compreensível aos olhos da sociedade. Assim, diante de uma sociedade que cobra padrões de comportamento específicos no teatro das representações sociais, os jovens rebelam-se e respondem às cobranças com a arte de fazer e desfazer aparências. Em outras palavras, um jovem pode se vestir convencionalmente para atender, por exemplo, às exigências do emprego, mas, no fim do expediente, é estimulado a praticar uma radical mudança em sua personalidade, mudando, entre outras coisas, a roupa, o penteado e o vocabulário. Essas transformações são, com efeito, necessárias para o indivíduo ser aceito em uma tribo e com ela partilhar os segredos, os prazeres e a alegria do (des)compromisso.

No cotidiano dos jovens, essa vida de dupla personalidade contribuiu para a criação de um novo universo simbólico, isto é, possibilitou a formação de uma máscara de proteção para a intervenção social. Nos dizeres de Maffesoli:

“A máscara pode ser uma cabeleira extravagante ou colorida, uma tatuagem original, a reutilização de roupas fora da moda (...). Em qualquer caso, ela subordina a persona a esta sociedade secreta que é o grupo afinatário escolhido. Aí existe a ‘desindividualização’, a participação, no sentido místico do termo, a um conjunto mais vasto.” (MAFFESOLI, 1988: 128)

No caso específico do movimento “rapper”, o sofrimento gerado por sucessivas segregações provocou ódio, acumulou forças e inspirou uma inédita resistência dos jovens periféricos contra as tiranias do capital e a mesmice do cotidiano. A exemplo de outras coletividades juvenis da atualidade, os “rappers” não demonstram, contudo, interesse em propor grandes transformações sociais. Querem simplesmente alertar, expor a dramática situação em que estão imersos e, com isso, cobram mais participação no jogo democrático. Essa estratégia de não veicular nenhum ideal de projeto alternativo em suas manifestações confunde a cultura consensual, desperta suspeita nas lideranças dos movimentos sociais, que acusam os “rappers” de flertarem, freqüentemente, com o mundo da ilegalidade.

A idéia de criminalizar o outro, empurrando-o para as fronteiras da ilegalidade, é um recurso praticado com desenvoltura e esmero, segundo alguns estudiosos, pelos mecanismos de ajuste e controle da sociedade moderna. Ao fazer menção ao mundo moderno, aliamo-nos às análises de Bauman (1998: 20), para quem a modernidade é uma “época, ou estilo de vida, em que a colocação em ordem depende do desmantelamento da ordem ‘tradicional’, herdada e recebida; em que ‘ser’ significa um novo começo permanente”.

Pode-se dizer que, entre os objetivos desse recomeçar permanente, encontra-se a idéia de anular, física e culturalmente, o indivíduo para, em seguida, torná-lo estranho a seu próprio meio, criando, assim, uma categoria de rejeitados, não por aquilo que são, mas por aquilo que têm. Estes são, segundo Bauman, os “consumidores falhos”, pessoas que potencialmente podem causar problemas à ordem estabelecida uma vez, que são incapazes de participar ou mesmo responder aos atrativos da sociedade de consumo. Em suas palavras:

“Os centros comerciais e os supermercados, templos do novo credo consumista (...), impedem a entrada dos consumidores a suas próprias custas, cercando-se de câmeras de vigilância, alarmes eletrônicos e guardas fortemente armados; assim fazem as comunidades onde os consumidores afortunados e felizes vivem e desfrutam de suas novas liberdades; assim fazem os consumidores individuais, encarando suas casas e seus carros como muralhas de fortalezas permanentemente sitiadas.” (BAUMAN,1998: 24)

Essa realidade logo seria percebida pelos “rappers”, que passam a contrapor, em suas crônicas musicais, as diferenças entre esses dois mundos.

“Olha só aquele clube que da hora/ olha aquele campo, olha aquela quadra/olha, quanta gente/ tem sorveteria, cinema piscina quente/olha quanto boy, olha quanta mina/(...) olha aquele pretinho vendo tudo do lado de fora (...). Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo (...) o incentivo no lazer é muito escasso/É ... o centro comunitário é um fracasso.” (Racionais MC’s, do álbum “Um Homem na Estrada”, de 1994)

Ao perceberem a condição de consumidores falhos para a qual foram relegados, os “rappers” propõem uma rediscussão, vale dizer, uma intervenção nos espaços públicos, sugerindo mudanças em sua geografia. Para essa discussão, eles não se apresentam, entretanto, de maneira cordial; potencializam, ao contrário, seus discursos e suas intervenções com uma forte ira social.

“Minha intenção é ruim/esvazie o lugar/ eu tô em cima/ eu tô a fim/um dois pra atirar/ eu sou bem pior do que você tá vendo/ o preto aqui não tem dó, é 100% veneno/ a primeira faz bum/ a segunda faz / eu tenho uma intenção e não vou parar.” (Racionais MC’s, do álbum “Sobrevivendo no Inferno”, de 1997)

Como se pode depreender, as representações promovidas pelos “rappers” estão carregadas de “más intenções” contra tudo aquilo que é estranho à sua realidade. Daí a exigência, a exclamação, a intimidação, mesmo para que os “outros” esvaziem o lugar, pois território de “mano” não pode ser compartilhado com “qualquer um”. De onde, afinal, vem a combustão para essa ira social? Sua força e capacidade congregadora estaria, por acaso, relacionada com o discurso comunitário e coletivo de seus membros? Em outras palavras, como esses jovens conseguiram atravessar a fronteira cinzenta do mundo ilícito para divulgar outros valores de suas quebradas? Em quais bases, enfim, constituíram-se os elementos fundadores do que aqui estamos denominando “República dos Manos”?

São muitas as incertezas e as dúvidas que pairam sobre os caminhos e as possibilidades de escolha dos jovens na contemporaneidade. Essas dúvidas, de certa forma, vêm sendo tematizadas pelos “rappers”, quando, por exemplo, cantam a discriminação, a pouca oportunidade no mercado de trabalho, o analfabetismo, a violência, enfim, quando cantam todas as mazelas e os obstáculos que encontram para uma participação mais efetiva na vida pública.

Para além da tensão social, à qual essas questões nos remetem, é interessante notar que a pobreza e o isolamento social dessas coletividades têm, paradoxalmente, se transformado em poderosos estimuladores para uma criatividade emancipatória sem precedentes na periferia de São Paulo, o que possivelmente sinaliza para sintomas de um processo evolutivo e de crescimento pessoal dos indivíduos dessas paragens, uma vez que os jovens que transitam pelo universo “rap” não o fazem só por lazer, mas encontram aí a oportunidade de falar de forma realista de suas condições de vida, evidenciando, desse modo, as contradições sociais do país.

Essa situação narrada é resultado de uma profunda alteração do espaço público e do significado que a noção de público passou a ter nas sociedades contemporâneas. Segundo Sennett (1988), essa alteração sinaliza o “fim da cultura pública”, e isso leva cada vez mais, “um grupo selecionado de pessoas” a rejeitar o “exterior” e o “diferente”, esvaziando, desse modo, o sentimento de “solidariedade” entre os indivíduos em clara demonstração de intolerância que teve como conseqüência mais imediata a redefinição para a ocupação de espaço público. (SENNETT, 1988: 32)

Refletindo sobre as vicissitudes da cultura pública e, conseqüentemente, sobre os modos de viver na atualidade, diversos estudiosos, Caldeira (2001), Bauman (1998) e Sennett (1988), observam que todas as vezes que o espaço público sofreu mudanças para atender interesses de setores específicos, as contradições sociais revelaram-se mais intensamente.

Para Caldeira (2001), a síndrome do medo instaurada em uma população vitimada pela violência e pelo crime levou determinados setores da população a adotar medidas extremas de relacionamento com o universo público. Inicialmente, com elevado grau de desconfiança na capacidade dos poderes públicos de zelar por sua segurança, os “consumidores ativos” contrataram empresas privadas de segurança para protegê-los; em seguida, ao perceberem que essa medida era ainda insuficiente, eles edificaram condomínios fechados numa clara e ostensiva tentativa de evitar encontros com aqueles que consideram “diferentes” e, por conta disso, “perigosos”.

Decorre daí “uma verdadeira implosão da vida pública”, pois, ao se arvorar “o direito de não ser incomodado”, esse grupo de privilegiados – como bem observou Sennett – além de alterar a paisagem urbana, vive em seu oásis de privilégios uma singular situação “em que a qualidade privada é enfatizada acima de qualquer dúvida e em que o público, um vazio disforme tratado como resto, é considerado irrelevante”. (CALDEIRA, 2001: 313).

Com efeito, a redefinição da ocupação do espaço público abriu caminho para a cristalização de um individualismo sem precedentes nas sociedades de massas, que, em nome de uma certa “tranqüilidade”, elegeu uma segurança exacerbada para áreas privadas em prejuízo dos interesses coletivos. Dessa nova conformação social resultou um isolamento de classes ainda maior, responsável, entre outras coisas, por uma significativa alteração da paisagem urbana.

Posição semelhante é, igualmente, defendida por Bauman, quando conclui que a alteração da paisagem urbana está diretamente relacionada com o desejo de “ordem” e “pureza” desenvolvido pela sociedade moderna. Em defesa desse sentimento, tudo foi praticado com o objetivo de “organizar”, “classificar” e “separar” os indivíduos, criando, assim, uma categoria de estranhos considerados irrelevantes mas, apesar disso, necessários à manutenção da pax social.

“Os estranhos são pessoas que você paga pelos serviços que elas prestam e pelo direito de terminar com os serviços delas logo que já não tragam prazer. Em nenhum momento, realmente, os estranhos comprometem a liberdade do consumidor de seus serviços”. (BAUMAN, 1998: 41)

A cultura hip-hop tem se firmado como um importante meio de aglutinação para os jovens de periferia debaterem as contradições contemporâneas que incidem diretamente em suas vidas. Portanto, mais do que estranhos, seus membros são incômodos, pois teimam em trazer à tona o avesso do país, implodindo a “rocha sobre a qual repousa a segurança da vida diária”. (1998: 19)

Diante desse cenário, a pergunta que se faz então é: quais os elementos constitutivos da cultura “rap” e qual sua força de representação no meio juvenil? Como compreender as transformações e reconfigurações do universo juvenil diante de uma nova realidade, em que a sociabilidade é permanentemente reinventada e revivida nos grandes centros urbanos do país? Essas perguntas podem ser respondidas de diversos lugares e sob diferentes pontos de vista do falar e da experiência urbana. Nesse breve percurso, procuramos explicitar uma entre muitas modalidades de cultura e protesto presentes nas manifestações dos jovens periféricos.

REIVINDICAR - CONSPIRAR - SOCIALISMO - UTOPIA

Reivindicar mudanças imediatas requer determinada organização e implica, sobretudo, pensar em “projetos” e “modelos” a serem seguidos. O fato é que, nesse caso, curiosamente, o engajamento não foi tutelado por nenhum “modelo cêntrico”; foi motivado, contrariamente, pela arte da dispersão e pela inigualável capacidade de fazer e desfazer aparências que os jovens criaram em suas manifestações, a fim de escapar do controle.

Essa capacidade de fazer e desfazer aparências levou ao surgimento de diversos microgrupos no contexto da metropolização. Cada um desses grupos trouxe propostas específicas de intervenção e atuação no mundo circundante. Assim, apesar das especificidades, suas reivindicações nunca são excludentes, pois caminham solidariamente irmanadas na defesa de causas e interesses comuns.

O movimento “rap” ou a cultura hip-hop, como seus agentes costumam se autodenominar, é uma constelação resultante do pós-Big Bem, ocorrido na cultura juvenil no início dos anos 70 do século XX. Primeiro, foi John Lennon que, sem nenhuma cerimônia, anunciou: “o sonho acabou!”. Em seguida, de forma ainda mais dramática e contundente, os punks alertavam: “Não há futuro! Nem pra mim nem pra você!”. Diante desse cenário, um misto de tristeza e desprezo açambarca o sentimento dos guardiões das “verdades absolutas” e dos “modelos salvacionistas”; afinal, no passado (o passado sempre justificando o presente), esses guardiões tinham lutado e empenhado suas energias por uma “causa nobre”; agora, seus herdeiros, esses inconseqüentes pirralhos, agem de maneira “escatológica”, “alienada” e, pasmem, não assumem compromisso com nada, absolutamente nada!

Percebe-se aqui uma clara tentativa de transferir as responsabilidades pelas misérias do cotidiano de um setor para o outro; atentos à manobra, os jovens afastam-se resolutamente da “proteção” oferecida pelos “projetos prontos”, a fim de correr o risco da experimentação.

Uma maneira de entender essa situação é acompanhar a linha de pensamento de Maffesoli (1988), para quem a postura crítica dos jovens representa um ponto alto da resistência ao individualismo e à impessoalidade enraizadas no modo de ser do homem contemporâneo. Ao enfrentar essa questão, os jovens aproximam-se por laços de simpatia, e, num mesmo movimento, inventam seus espaços privilegiados de convivência, em que a identidade grupal está acima das vontades pessoais. Esse fenômeno, segundo Maffesoli, contribuiu para a emergência do “neotribalismo” nas sociedades urbano-industriais. Para esse autor, o surgimento das “tribos urbanas” responde, então, a um crescente desejo de restabelecimento dos laços e dos vínculos interpessoais interrompidos pela urbanização e pela metropolização intensas.

Muito embora o tema e o problema deste artigo sejam bastante específicos: “O movimento hip-hop em São Paulo: a anticordialidade da “República dos Manos” e a estética da violência”, ressaltamos que, em uma perspectiva mais ampla, eles estão relacionados com as incertezas e as angústias que permeiam a vivência de outras coletividades juvenis da contemporaneidade, as quais disputam um jogo de forças entre o interior e o exterior, isto é, entre o que se faz internamente nessas coletividades e o que se pratica externamente na vida social.

O termo tribo é, nesse sentido, um referencial importante que auxilia nossas reflexões: por um lado, permite pensar a vivência juvenil por meio de suas próprias singularidades; por outro, oferece elementos para compreender a estrutura desses agrupamentos que se formam no entorno dos grandes centros urbanos.

Ressaltamos esse entorno porque a maioria das coletividades juvenis – “punks, skinheads, góticos, darks, reggaes e, agora, os rappers”, apesar de ganharem destaque nos centros iluminados da cidade, nascem, crescem e, geralmente, encerram suas atividades nas regiões periféricas, onde os conflitos urbanos são mais intensamente sentidos, vale dizer, vividos. Como nos alertam em suas intervenções culturais:BREAK GRAFIT MC'S DJ'S ENTRE OUTROS...E VARIAS TRIBOS...

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